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Segundo a Veja, Jaques Wagner teria recebido dinheiro “clandestino” em sua campanha na Bahia. | José Cruz/Agência Brasil
Segundo a Veja, Jaques Wagner teria recebido dinheiro “clandestino” em sua campanha na Bahia.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

O empreiteiro Ricardo Ribeiro Pessoa, dono da UTC Engenharia, que negocia acordo de delação premiada com os procuradores da Operação Lava Jato, está disposto a fazer revelações sobre o uso de caixa dois em campanhas do atual ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT), na Bahia, de acordo com reportagem publicada na edição da revista Veja que começou a circular neste fim de semana.

Segundo a revista, que cita interlocutores não identificados de Pessoa e executivos da UTC que falaram sob anonimato, o empreiteiro estaria disposto a dizer que a UTC ajudou no pagamento de despesas pessoais do ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão, simulando contratos de serviços de consultoria. Dirceu afirma que efetivamente prestou serviços de consultoria para as empreiteiras.

Ofensiva

A presidente Dilma Rousseff fará uma reunião com os líderes dos partidos da base na Câmara e no Senado nos próximos dias. Os ministros Pepe Vargas, Manoel Dias, Carlos Gabas, Miguel Rossetto e Nelson Barbosa ajudarão na interlocução com os parlamentares para explicar as medidas recentes tomadas pelo governo.

Pessoa teria dito que “financiou clandestinamente” as campanhas de Wagner, que foi governador da Bahia. Os registros da Justiça Eleitoral mostram que a UTC doou a Wagner R$ 2,4 milhões na campanha de 2010, mas nada em 2006, segundo levantamento feito pela reportagem.

Defesa de Dilma

O PT negou reiteradamente nos últimos meses que tenha praticado irregularidades no financiamento da campanha de Dilma, dizendo que as doações são registradas na Justiça e as contas da campanha foram aprovadas no Tribunal Superior Eleitoral.

Wagner desmentiu, por meio de sua assessoria, “as insinuações de uma delação premiada que não aconteceu” de que suas campanhas teriam recebido doações clandestinas. Afirmou que as doações da UTC em 2010 foram registradas e que suas contas eleitorais são “abertas ao público e foram devidamente aprovadas e auditadas”.

O ministro disse não ter recebido doações da UTC em 2006. Wagner afirmou também ter considerado “patética a frase anônima de que ‘Ricardo pode destruir o Wagner’, pois sua vida política está consolidada em três eleições para deputado federal e duas vitórias no primeiro turno ao governo da Bahia”.

As negociações para um acordo de delação entre Pessoa e a Lava Jato ocorrem pelo menos desde o início de janeiro, mas os investigadores, segundo a reportagem apurou, resistem a fechar o acordo porque Pessoa estaria fornecendo informações que já são de conhecimento da PF e do Ministério Público. Segundo a Veja, Pessoa também estaria disposto a vincular o pagamento de propina por empreiteiras que tinham negócios com a Petrobras às doações feitas à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. A UTC não quis se manifestar.

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