O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, apontado pela força-tarefa da Operação Lava Jato como o chefe do clube Vip das construtoras que formaram cartel na Petrobras, ficou em silêncio pela segunda vez consecutiva diante do juiz federal Sérgio Moro.

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Em audiência na segunda feira, 11, na ação penal sobre suposto envolvimento de executivos da construtora Mendes Jr em corrupção e propinas no âmbito da estatal petrolífera, Ricardo Pessoa disse que, por orientação de seus advogados, não responderia nenhuma pergunta do juiz que mandou prende-lo em novembro de 2014, quando foi desencadeada a Operação Juízo Final, sétima etapa da Lava Jato.

Há duas semanas, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus a Pessoa e permitiu que ele responda aos processos da Lava Jato em regime de prisão domiciliar, embora com tornozeleira eletrônica. No dia 4 de maio, pela primeira vez frente a frente com o juiz Moro, em audiência relativa a outro processo criminal, o empreiteiro se calou.

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O reencontro entre o empreiteiro e o juiz da Lava Jato durou um minuto e dois segundos. “Nesta ação penal o senhor está sendo acusado de um crime pelo Ministério Público Federal, certo?”, abriu a sessão o juiz Moro. “Nessa condição, pela nossa lei, o sr. tem o direito de permanecer em silêncio. Se o sr. fizer uso desse direito isso não lhe traz nenhum prejuízo, mas essa também é a oportunidade de o sr. falar no processo, certo?”

“Excelência, por orientação dos meus advogados, respeitosamente, eu ficarei em silêncio”, respondeu o empreiteiro. Moro fez a mesma indagação aos advogados de Pessoa. Eles confirmaram a estratégia do silêncio.