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Gleisi Hoffmann (PT) é alvo da Operação Lava Jato. | Waldemir Barreto/Agência Senado
Gleisi Hoffmann (PT) é alvo da Operação Lava Jato.| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

cordeirinhos

O empreiteiro Erton Fonseca, da Galvão Engenharia, disse ao juiz federal Sergio Moro, que conduz a Lava Jato, que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef “parecem cordeirinhos” na frente do magistrado, mas “lá, a cara deles era de lobos maus mesmo”. O “lá”, a que se refere, é uma reunião na qual ele afirma ter sido extorquido por Costa e Youssef com um pedido de R$ 4 milhões.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e outros executivos de empreiteiras sejam ouvidos como parte das investigações da Operação Lava Jato. O pedido de Janot foi solicitado no inquérito do qual a senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT) é alvo. A intenção é esclarecer se doações recebidas pela campanha da petista ao Senado, em 2010, foram feitas com recursos desviados da Petrobras.

A senadora e o seu marido, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, foram ouvidos pela Polícia Federal e por procuradores em meados de abril. Com base nos depoimentos de ambos, a PF recomendou o depoimento de novas testemunhas. Gleisi disse à PF que contatou diretamente alguns dos empreiteiros para pedir doações para sua campanha. Procuradores investigam se a senadora recebeu recursos desviados da estatal em forma de doação legal para sua campanha.

Em depoimento prestado à PF em 14 de abril, Gleisi afirmou ter entrado em contato diretamente com Marcelo Odebrecht, que teria autorizado a doação da construtora à campanha da petista. A senadora disse ainda que fez pedido de doações à UTC, por meio de Ricardo Pessoa, quando ele ainda ocupava o cargo de diretor-presidente da empresa. Pessoa, que é dono da UTC, deixou o comando da empresa depois de ter sido preso preventivamente na Lava Jato. Ele e outros oito empreiteiros foram beneficiados, na semana passada, por uma decisão de Teori Zavascki, que relaxou a prisão preventiva e a transformou em medidas cautelares, como uso de tornozeleira e reclusão domiciliar.

A senadora disse ainda que recebeu recursos da Camargo Corrêa, por meio de solicitação a João Auler, diretor da empresa. Outro empreiteiro citado é Leo Pinheiro, diretor-presidente da OAS. A petista explicou que, depois de ter feito contato direto com os doadores, o tesoureiro da campanha, Ronaldo Baltazar, “entrava em cena”. Segundo ela, Baltazar era responsável por operacionalizar e enviar o dinheiro.

Além do presidente da Odebrecht, o STF autorizou o pedido para que sejam ouvidos também Ronaldo Balthazar, tesoureiro da campanha de Gleisi; José Agusto Zaniratti (coordenador da campanha); Ricardo Pessoa (dono da UTC); João Auler (presidente do Conselho da Camargo Correa); e José Aldemário Pinheiro, conhecido como Leo Pinheiro, da OAS.

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