A Polícia Federal (PF) incluiu a JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em um grupo de 31 empresas “suspeitas de promoverem operações de lavagem de dinheiro” em contratos das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A construção iniciada em 2007 deveria custar R$ 4 bilhões e consumiu mais de R$ 23 bilhões da Petrobras.
O documento é o primeiro de uma série de perícias técnicas da PF que aponta um porcentual de desvios na Petrobras de até 20% do valor de contratos. O porcentual é superior aos 3% citados até aqui nas investigações da Operação Lava Jato, que incluía apenas propina dos agentes públicos.
A JD integra tabela de empresas indicadas “como operadoras de lavagem de capitais”. “No período compreendido entre 31 de maio de 2010 e 28 de fevereiro de 2011, foi identificada movimentação financeira da empresa Construções e Comércio Camargo Corrêa S/A para a JD Assessoria e Consultoria Ltda., num montante de R$ 844,6 mil”, registra a perícia. O laudo fala em uma movimentação financeira total de R$ 71,4 milhões, e inclui empresas de Paulo Roberto Costa e Julio Camargo.
Os peritos dizem que em documento fornecido pela Camargo Corrêa, a JD integra uma lista de “empresas consultoras que supostamente teriam prestado serviços à empreiteira”.
Outro lado
A defesa de José Dirceu afirma que a JD Assessoria nunca teve contrato com o consórcio responsável pela refinaria Abreu e Lima, e que Dirceu foi contratado pela Camargo Corrêa para atuar em Portugal, “como a própria construtora reconhece”. “Não teve qualquer relação com contratos e obras da Petrobras.”
A empreiteira, por meio do advogado Celso Vilardi, apresentou em abril o contrato com a JD. Ele disse que os serviços foram prestados.
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