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A Delta Construções abasteceu com R$ 10,9 milhões empresa usada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para pagamento a uma assessora da primeira-dama de Palmas, a deputada estadual Solange Duailibe (PT), mulher do prefeito Raul Filho (PT). Relatório da Polícia Federal diz que o contador do contraventor, Geovani Pereira da Silva, operava a conta bancária da Miranda e Silva Construções, responsável pelo repasse à funcionária de Solange, para fazer depósitos a várias outras pessoas. Os pagamentos foram feitos por meio de contas no BB e no HSBC, entre junho de 2011 e janeiro deste ano.

Segundo a Receita, a Miranda e Silva foi criada em 2010 para aluguel de máquinas, obras de urbanização e demolição de edifícios e está registrada numa loja em Águas Claras (DF). No local, funciona uma firma que aplica forros, sancas e divisórias. "Estamos aqui desde 2009 e nunca funcionou nada com esse nome", informou ao Estado um dos responsáveis, Valdenir de Jesus.

A PF diz que Cachoeira montou intrincada engenharia financeira envolvendo a Miranda e Silva, que existiria como fachada. Contas recebiam depósitos no exterior de pessoas e empresas interessadas em transferir dinheiro para o País. Os comprovantes eram enviados por e-mail a Gleyb Ferreira da Cruz, que acionava Geovani, o contador, que fazia depósitos no País, usando contas de empresas do esquema.

O depósito na conta da assessora de Solange, de R$ 120 mil, foi feito em 2011, após pedido de um funcionário da Delta e Geovani, conforme a PF. O Ministério Público do TO suspeita de que seja propina paga pela Delta, com contratos de lixo em Palmas. Os promotor Adriano Neves pretende ouvir os dois proprietários da Miranda e Silva, moradores do DF, por carta precatória. Em depoimento, a deputada diz desconhecer a transação. Irmão dela e ex-secretário do governo de Palmas, Pedro Duailibe, afirmou que usava a conta da assessora e que o pagamento refere-se à venda de uma retroescavadeira à Miranda e Silva. Já a Delta informou que a empresa integra seu cadastro de fornecedores e recebe por "serviços prestados e efetivamente faturados". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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