Em depoimento à Justiça Federal, a farmacêutica Vera Lígia Mattos, contratada para ser responsável pelo laboratório Labogen, afirmou que a empresa "jamais produziu nada". O laboratório é apontada pela Polícia Federal (PF) como um dos braços do esquema comandado pelo doleiro Alberto Youssef, utilizado para efetuar remessas ilegais para o exterior.
Vera é perguntada se já viu a Labogen efetivamente fabricar algo. Ela responde "não, não". Os promotores continuam questionando se houve, em algum momento, algum tipo de produção. Ela sempre nega.
A farmacêutica diz que foi contratada em 2013 para "cuidar das licenças" necessárias para que a Labogen começasse a funcionar. Na época, a empresa teria 18 funcionários. Hoje, segundo ela, já "não tem muita gente". Os funcionários fariam limpeza e treinamentos para um suposto início do funcionamento do laboratório.
Mesmo sem ter produzido nada, a empresa conseguiu firmar um protocolo de intenções (etapa anterior ao contrato) com o Ministério da Saúde para venda de medicamentos para o tratamento de hipertensão pulmonar, por R$ 6,2 milhões. O acordo foi cancelado este ano, após a deflagração da Operação Lava Jato.
A Labogen também foi responsável pelo processo de cassação do deputado André Vargas (sem partido-PR). Ele é acusado de intermediar os contratos da empresa com o governo federal.
Na semana passada, Vargas apelou ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a cassação de seu mandato, alegando que as provas utilizadas para o parecer eram ilícitas, fruto de vazamentos.
Governo Lula cobra fatura de aliança com Lira nesta última semana do Legislativo
Lula busca ‘apoio VIP’ no exterior para impor censura aos críticos do governo; acompanhe o Sem Rodeios
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Juiz de Brasília condena Filipe Martins por suposto “gesto racista” em sessão do Senado