Brasília (Folhapress) A empresária do ramo de transportes Rosângela Gabrilli reafirmou ontem em depoimento à CPI dos Bingos ter contribuído para um esquema de cobrança de propina durante a gestão de Celso Daniel (PT) em Santo André (SP), morto em 2002. Segundo ela, o dinheiro arrecadado com empresas de ônibus era destinado a custear campanhas do PT.
A família Gabrilli, que controla um terço das linhas de ônibus em Santo André, foi a primeira a denunciar ao Ministério Público o suposto esquema de corrupção na prefeitura logo após o assassinato de Daniel. Ontem, ela também voltou a dizer que sua família tentou alertar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, meses antes da sua eleição em 2002, que o esquema continuou funcionando após a morte do prefeito.
Segundo a empresária, o caso foi relatado ao presidente por sua irmã, Mara Gabrilli, que hoje chefia a pasta da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da prefeitura de São Paulo.
O encontro, segundo ela, ocorreu no apartamento do presidente em São Bernardo do Campo (SP).
"Ele (Lula) estava em São Bernardo e ela foi lá. Pela situação física dela, foi prontamente atendida. Ele conversou, ouviu e disse que iria averiguar", disse. O Palácio do Planalto não se pronunciou sobre o caso até o fechamento da edição.