Empresária é presa por fabricar medicamentos clandestinos

Quase 200 caixas de medicamentos clandestinos foram apreendidas em Marataízes, no Sul do Espírito Santo, por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Cultural. O material foi avaliado em mais de R$ 20 mil. Parte dos remédios apreendidos, na tarde desta quinta-feira, era fabricada no laboratório E. Candal Florindo Suplemento Alimentar ME, de propriedade da empresária Eneilza Candal Florindo, que foi presa. A outra parte foi apreendida em um laboratório do ex-marido da empresária, Abel Candal Florindo. No entanto, ele não foi detido porque fugiu antes da chegada da polícia.

Ao prestar depoimento a empresária disse que mesmo depois de ter se separado do ex-marido decidiu dar continuidade aos negócios, mas não havia sido informada que precisava de licenças do Ministério da Saúde para fabricar e comercializar o produto, como explica o delegado responsável pelo caso, José Luiz Pimentel Pazeto.

- Ela disse que aprendeu com ex-marido a manipular fórmulas e que não foi orientada sobre as licenças. Ela achava que só precisava da licença municipal. Disse que o marido que montou o laboratório e passou a manipular fórmulas que vinham de São Paulo, com assinatura de uma farmacêutica - conta.

A empresária vai responder por crime de falsificação de medicamentos, na modalidade culposa, já que a polícia entendeu que o ex-marido dela é o responsável pelas infrações. Eneilza Candal foi liberada após pagar uma fiança no valor de R$ 600. O marido dela entrou em contato com a polícia, por telefone, e se comprometeu a comparecer na delegacia na próxima segunda-feira, quando prestará depoimento.

A polícia chegou aos laboratórios por meio de denúncia feita à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na carta enviada ao órgão, um morador denuncia que a avó faleceu após ingerir o medicamento Ervas Vida Concentrado de Plantas Medicinais, fabricado pelo laboratório da empresária. Ainda segundo a denúncia, os medicamentos não possuíam licença sanitária, licença ambiental, nem autorização da Anvisa. De acordo com o advogado da empresária, Rodrigo Bastos, há possibilidade da denúncia ter partido de um laboratório concorrente.

Segundo o delegado responsável pelo caso, todas as informações serão apuradas. Nesta sexta-feira, pela manhã, uma equipe da vigilância sanitária vai recolher amostras dos produtos para análise. O órgão quer avaliar se o consumo dos medicamentos é nocivo à saúde e se podem causar morte como denuncia o morador de Marataízes.