A pouco mais de um ano para as eleições de 2014, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) começou a adotar, contra o governador de Pernambuco, estratégia semelhante à usada por Eduardo Campos (PSB-PE) para atacar a presidente Dilma Rousseff. Além disso, Monteiro Neto tenta costurar aliança com o PT para enfrentar o candidato pessebista no Estado.
Em evento que reuniu em uma churrascaria no Recife cerca de 700 empresários pernambucanos --grande parte industriais--, o ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) relativizou o desenvolvimento do Estado, disse que é possível melhorar indicadores sociais, cobrou o reconhecimento de parcerias com o governo federal e reclamou da falta de diálogo.
Para membros do PTB, Campos quer escolher sozinho, sem ouvir a base aliada, o candidato ao governo de Pernambuco, o que tem irritado Monteiro Neto.
Monteiro Neto disse que Pernambuco não tem um sistema político "unipolar" e que há outros "polos de opinião" no Estado. "Vamos ampliar o espaço de debate em Pernambuco. Sem patrulhamento, sem crivagens políticas, porque Pernambuco é de todos nós", disse ao fim de sua palestra "Pernambuco: Desafios e Perspectivas", antes de ser saudado pelos empresários como "governador".
Integrante da base de Eduardo Campos, o senador que dividiu o palanque com o pessebista em 2010 usou de ironia para criticar atitudes do governador.Questionado sobre a frequência com que Campos conversava com ele, disse que precisava consultar sua agenda para recordar quando teve o último encontro."Vou consultar meu calendário porque eu sempre registro. Neste momento eu não tenho uma informação exata para você. Faz tempo", afirmou.
O senador também cobrou indiretamente do governador reconhecimento de parcerias com o governo federal para a atração de grandes empreendimentos para o Estado. "Desconhecer essa realidade é algo que não podemos fazer", afirmou.
Monteiro Neto reconheceu avanços no Estado, mas, na linha do "é possível fazer mais" adotada por Campos, cobrou melhorias em infraestrutura, educação e indicadores sociais. "Precisamos cuidar para que entendamos ainda nossa posição relativa. Ou seja, não resvalemos para posições ingenuamente otimistas", afirmou. "Temos um longo caminho ainda a percorrer. Para isso, precisamos todos ter a compreensão de seu papel", disse o senador.
Alianças
O senador que não esconde o interesse de disputar a eleição para governador diz que falta costurar uma aliança sólida para lhe dar sustentação.
Há conversas com partidos como PC do B e PP, mas o diálogo está mais avançado com o PT. O partido, no entanto, ainda tem esperanças de manter a aliança com o PSB e vê no PTB uma alternativa para o caso de o rompimento com a sigla de Eduardo Campos se concretizar. "Tenho que ser candidato de uma conjugação de forças políticas com amplo leque de partidos", disse o senador.Mesmo sem alianças definidas, Monteiro Neto tem procurado já estruturar sua campanha.Faz frequentes visitas ao interior do Estado, onde tem força política --em 2010, foi o senador mais votado em 103 dos 171 municípios do interior de pernambucano. Na região metropolitana, venceu em 11 dos 14 municípios.
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