| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Várias empresas de Londrina devem interromper suas atividades na manhã desta terça-feira (22) para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A medida faz parte do “Fecha Londrina”, movimento encabeçado pelas lideranças empresariais da cidade e que pretende paralisar o comércio e as indústrias por meia hora.

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Movimento estadual

O posicionamento da Acil segue o que vem sendo defendido por outras entidades empresariais do estado. Na última quinta-feira (18), vários destes grupos estiveram reunidos na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Na ocasião, foi feito um manifesto conjunto em repúdio à nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro chefe da Casa Civil e pedindo o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Segundo o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, as entidades também se posicionaram em apoio a todas as ações de combate à corrupção.

“Neste encontro ficou clara a indignação, praticamente unânime, em relação ao que está acontecendo em nosso país. Uma indignação contra tudo o que estamos presenciando em assuntos de ordem política, de ética e de valores, especialmente pela questão da corrupção”, afirmou em entrevista ao site da Fiep.

Entre as entidades que participaram do encontro estavam a Fecomércio, Fetranspar, Associação Comercial do Paraná (ACP), Faciap, OAB-PR, Aecic, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Federação dos Trabalhadores da Indústria do Paraná (Fetiep), além de sindicatos e lideranças religiosas.

Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Valter Orsi, o ato é apoiado por cerca de outras vinte entidades da cidade.A intenção é reforçar as manifestações contra o governo federal e que acontecem em várias partes do país.

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“Nosso papel como empresários é o de contribuir por um Brasil melhor. O setor produtivo está vivendo uma situação delicada e extremamente preocupante. Mas, não vamos resolver os problemas econômicos sem que sejam resolvidos os problemas políticos”, explicou.

A paralisação do comércio e das indústrias deve ocorrer entre as 10 horas e as 10h30. Durante a ação, serão instaladas faixas pretas nas fachadas dos estabelecimentos, como um sinal de luto pelo atual momento político e econômico do Brasil.

Com o slogan “Fechado por 30 minutos para não fechar para sempre”, a manifestação ainda deve contar com uma passeata pela Rua Sergipe (entre as ruas São Paulo e Pernambuco), tradicional via de comércio no Centro de Londrina.

“Será uma caminhada de 200 metros neste lugar que é um símbolo do nosso comércio varejista e que vai marcar a nossa indignação”, ressaltou Orsi.

Com relação à adesão, os organizadores esperam uma grande participação do empresariado local, até por conta da forte pressão popular pela queda de Dilma.

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No último dia 13, a manifestação contra a corrupção e o governo federal atraiu cerca de 90 mil pessoas nas ruas de Londrina. A estimativa divulgada pela Polícia Militar superou até mesmo o balanço apresentado pelos organizadores do evento, que apontavam a participação de pelo menos 72 mil manifestantes.

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De acordo com Orsi, as ações do Fecha Londrina continuarão após o protesto. Ele ressalta que as lideranças da sociedade civil permanecerão vigilantes quanto ao posicionamento que será tomado pelos deputados federais e senadores paranaenses.

“Chegamos ao extremo e por isso vamos reforçar a vigilância nas decisões políticas.”

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Nos próximos dias, as entidades empresariais devem montar um painel que será instalado no calçadão de Londrina. No local, serão colocados os nomes parlamentares do Paraná e o posicionamento de cada um sobre o afastamento de Dilma.

“A maioria dos brasileiros apoiam o impeachment. As ruas já provaram isso. Precisamos de políticos que representem nosso desejo.”

Apoio ao juiz Sérgio Moro

A mobilização do meio empresarial londrinense foi definida na última sexta-feira (18), durante um encontro na Acil. Na ocasião, as entidades divulgaram uma carta de apoio à Operação Lava Jato, que foi endereçada ao juiz federal Sérgio Moro.

“Entendemos que a operação e a vossa liderança são páginas inspiradoras na História da Nação. A partir dela, haveremos de ter novos paradigmas comportamentais dos homens e mulheres que exercem mandato público”, diz um trecho do texto.

Leia a carta na íntegra:

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Londrina, 18 de março de 2016.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Sérgio Fernando Moro,

A sociedade civil organizada de Londrina vem por meio desta expressar eloquente apoio às ações da Operação Lava Jato, em especial ao Meritíssimo, que como brasileiro e paranaense, tanto nos orgulha pelo incansável e brilhante trabalho à frente da Operação Lava Jato, considerada um marco na luta contra a cultura da corrupção na administração pública.

Ressaltamos ainda a efetividade nos esforços da Polícia Federal e do Ministério Público Federal em cada etapa desta operação.

Confiamos na contundência dos autos e no processo de punição de todos os envolvidos, bem como na capacidade das mais altas cortes da República, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, na aplicação das sentenças.

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Entendemos que a operação e a vossa liderança são páginas inspiradoras na história da Nação. A partir dela, haveremos de ter novos paradigmas comportamentais dos homens e das mulheres que exercem mandato público.

A Lava Jato também nos incentiva a sermos cidadãos ativos, zelosos pelos mecanismos de controle que nos protegem da irresponsabilidade e da improbidade na máquina pública.

Portanto, força Meritíssimo! Conte conosco nesta empreitada transformadora!