Bancada
Segundo levantamento da revista Veja, um grupo de 121 parlamentares recebeu verbas de campanha das 18 fornecedoras da Petrobras sob suspeita. Essa "bancada" inclui figuras parlamentares ligadas ao governo e da oposição. Ao todo, as empresas gastaram R$ 29,7 milhões com esses deputados. Nesta semana, uma CPI mista, com deputados e senadores, foi instalada para investigar irregularidades na companhia. O único parlamentar que já está sendo investigado por ligações com Alberto Youssef, André Vargas (sem partido-PR), não está entre os beneficiados.
Empresas que estão sendo investigadas pela Operação Lava Jato fizeram doações para os três principais pré-candidatos ao governo do Paraná em 2010. Beto Richa (PSDB), então candidato a governador, além de Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), candidatos ao Senado, receberam doações de seis de 18 fornecedoras da Petrobras sob suspeita. Quem mais recebeu doações, entretanto, foi Osmar Dias (PDT), então candidato a governador: foram R$ 5 milhões da empreiteira Camargo Corrêa. Ao todo, esse grupo de empresas doou R$ 13,6 milhões para a campanha no Paraná e colaborou também com partidos e candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal.
INFOGRÁFICO: Veja quais foram os valores das doações
Maior beneficiado, Dias recebeu uma doação de R$ 5 milhões da Camargo Corrêa. Seu partido, o PDT, recebeu outros R$ 2,4 milhões, das empresas Engevix, Iesa, Jaraguá e UTC. Por exercer o cargo de vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, o ex-senador não poderá participar das próximas eleições como candidato. A reportagem tentou entrar em contato com Dias, mas não teve retorno.
Já Gleisi recebeu R$ 2,1 milhões das empresas Camargo Correa, Alusa, UTC e OAS. O PT, partido da senadora, também recebeu doações um total de R$ 1,3 milhão, das empresas Galvão Engenharia, UTC, OAS e Mendes Junior. Através de sua assessoria, a senadora disse que sua prestação de contas está "rigorosamente correta" e que agiu de acordo com as regras estabelecidas pela Justiça Eleitoral.
Richa também recebeu doações diretas dessas empresas: um total de R$ 1,65 milhão, da Camargo Corrêa e da Engevix. Através de sua assessoria, o governador disse que as doações foram legais, aprovadas pela Justiça Eleitoral e que as empresas não têm relação com o governo do Paraná.
Então candidato ao Senado, Requião recebeu bem menos que seus possíveis adversários: R$ 150 mil, em doação única da empresa Galvão Engenharia. Seu sobrinho, o deputado João Arruda (PMDB), também recebeu doação da mesma empresa, de R$ 50 mil. A assessoria do ex-governador disse que buscaria mais informações sobre a doação, mas não retornou a ligação até o fechamento desta edição.
Lava Jato
As 18 empresas usadas no levantamento são fornecedoras da Petrobras suspeitas de envolvimento nos escândalos revelados pela Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no mês de março. Algumas delas depositaram recursos na MO Consultoria, empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, suspeita de ter sido usada para repasse de propinas. Outras constavam no caderno de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras. A suspeita é de que ele coordenaria um esquema de repasses de verbas a candidatos.
Ao todo, as empresas gastaram R$ 412 milhões na campanha eleitoral de 2010. Quatro delas estão entre as maiores doadoras de campanha do país: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano