Obra do Usina do Baixo Iguaçu, cuja construtora responsável é a Odebrecht.| Foto: ANPr/Divulgação

As empresas que receberam e-mails com o currículo do governador Beto Richa (PSDB) por intermédio da secretária-executiva de Marcelo Odebrecht, Darci Luz, têm interesses e negócios no Paraná. As comunicações foram apreendidas pela Polícia Federal (PF) nas buscas realizadas pela Operação Lava Jato na sede da construtora Odebrecht, em São Paulo, em junho deste ano.

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O maior investimento no estado é da Odebrecht, com a construção da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, entre Capitão Leônidas Marques e Capanema, na região Oeste. Conforme o site da empresa, houve investimento de R$ 1,32 bilhão no contrato firmado com a concessionária Neoenergia e a Copel, sócias no empreendimento. A obra teve autorização para se retomada em março deste ano, depois de ficar um ano parada, por força de uma decisão judicial.

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A Odebrecht também encabeça o Consórcio Rota 323, responsável pela duplicação do trecho da rodovia PR-323 entre Paiçandu e Francisco Alves, no Noroeste do estado. É a primeira parceria público-privada (PPP) do Paraná, com previsão de 30 anos de concessão. Uma série de entraves, porém, emperra a obra. O último impasse ocorreu em maio, quando o consórcio e o governo do estado aguardavam liberação de um empréstimo de R$ 1 bilhão do BNDES para iniciar a duplicação.

Demais investimentos

Já a Bunge Alimentos tem uma indústria na cidade de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, que recebeu R$ 10 milhões do programa de incentivos fiscais Paraná Competitivo, do governo do estado. Outro braço da companhia opera, em regime de contrato de emergência, um terminal no Porto de Paranaguá com potencial de investimento de R$ 115,4 milhões. A empresa ainda tem interesse em participar da nova licitação de arrendamento de outros seis terminais que fazem parte do Programa de Investimento em Logística (PIL) do governo federal.

A Gerdau, por sua vez, detém a concessão da construção de duas usinas hidrelétricas no Rio Chopim, Centro-Sul do Paraná. A empresa possui ainda 15 unidades no estado, sendo quatro delas de corte e dobra de aço (Araucária, Cascavel, Londrina e Maringá), voltadas para o mercado de construção civil, e outras onze filiais da Comercial Gerdau (Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Maringá, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, Quatro Barras, Umuarama) – além de manter atividade de processamento de sucata em Araucária.

A paulista Suzano Papel e Celulose, líder desse mercado, acabou de se associar com a empresa paranaense Ibema, terceira maior fabricante de papel para embalagens do país. Do Paraná Competitivo, a empresa recebeu investimento de R$ 10 milhões.

Pagamentos em contratos

Levantamento feito pela Gazeta do Povo no portal da transparência do governo do Paraná aponta que, de 2011 a 2015, as empresas citadas receberam R$ 255,8 mil em contratos com órgãos públicos do estado. A Bunge recebeu a maior fatia – R$ 206,5 mil. Para a Suzano, houve repasses de R$ 27,3 mil e, para a Gerdau, de R$ 21,8 mil.

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