GABRIEL MASCARENHAS E RUBENS VALENTE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O doleiro Alberto Youssef afirmou que as empresas envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras só pagavam a propina mediante a autorização do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

A declaração foi dada em depoimento prestado aos investigadores da Operação Lava Jato sobre autoridades suspeitas de participar do esquema. O interrogatório foi filmado, e o vídeo está em posse do STF (Supremo Tribunal Federal).

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De acordo com Youssef, a palavra final para a liberação do dinheiro ilícito sempre foi de Costa, desde à época em que cabia ao ex-deputado José Janene (PP), morto em 2010, fazer a cobrança do suborno.

“Mesmo quando seu José [Janene] estava a frente de tudo, a empresa só disponibilizava [o recurso] quando Paulo Roberto autorizava. Como era ele quem estava lá sentado na cadeira e tocava os contratos, mesmo que [houvesse] um político que estava a frente daquilo, pagamento só era feito com autorização de Paulo Roberto Costa”, disse o doleiro.

No mesmo depoimento, ele acusou o ex-diretor da Petrobras de “fazer intrigas” entre os integrantes do esquema responsáveis pelas operações financeiras. “Paulo Roberto Costa, na verdade, era uma caixa preta”, definiu o doleiro.

Youssef contou que, em algumas ocasiões, os empresários de quem ele recolhia a propina o diziam que Costa não havia liberado o pagamento.

“Não sei por qual motivo, se era estratégia dele [Costa], ele nos colocava em situações de intriga (...). Você chegava na empresa para cobrar, e o cara da empresa falava: ‘O Paulo Roberto pediu que o Fernando viesse aqui, não você’. Aí você ia falar com Paulo Roberto Costa, e ele dizia: ‘não, isso não existe’“, relatou Youssef.

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