Considerado o touro mais bravo do Brasil - e agora certamente o mais famoso devido a sua participação na novela "América", Bandido vai ganhar um clone. Mas a novidade não faz parte da história escrita por Glória Perez, autora de um outro folhetim de sucesso sobre o tema ("O Clone", de 2001). A pedido de seu dono, o criador Paulo Emílio Marques, as empresas In Vitro Brasil e a americana Cyagra deram início ao processo de clonagem na segunda-feira. A cópia do touro que vale R$ 1 milhão deve nascer em meados de junho de 2006, a um custo R$ 60 mil.
- Pelo jeito que o Bandido pula quando algum peão monta, por sua beleza e força, ele é um touro único. Com tudo que ele fez pelos rodeios, agora que está na novela, nada mais justo que coroá-lo com um clone - diz Paulo Emílo, contando, com entusiasmo, o motivo que o levou a clonar o animal.
O processo, no entanto, ainda está em sua primeira fase. De acordo com José Carlos Ereno Jr., diretor comercial da Cyagra no Brasil, foi coletado material celular da prega caudal do animal. A amostra foi levada para o laboratório da empresa, em Mogi Mirim (SP), para a criação de uma linhagem celular.
- Esse processo deve durar cerca de 15 dias. Depois, vamos analisar a linha celular para saber se é viável. Caso o resultado seja positivo, damos proceguimento à clonagem, que é realizada por transferência nuclear (o mesmo processo que levou ao nascimento da ovelha Dolly) - explica Ereno.
Segundo ele, em média são desenvolvidos entre dez a 12 embriões, que serão implantados em vacas das raças Europeu e Zebu, da Cyagra. A gestação dura cerca nove meses e meio e não há risco de o material genético das mães de aluguel interferir nas características do embrião.
Ereno explica que, apesar dos muitos embriões que são implantados nas vacas, em geral apenas um único bezerro nasce.
- Dados da Cyagra indicam que um mês após o implante dos embriões, obtemos seis gestações. Em 60 dias, apenas três restam. Desse total, em geral, nasce apenas um clone viável. Os outros dois morrem devido a alterações que ainda não sabemos explicar - conta.
No entanto, a empresa já registrou casos nos EUA em que mais de um clone nasceu saudável. Nesses casos, segundo explica Ereno, o proprietário é obrigado por contrato a ficar com o animal, mas paga apenas R$ 30 mil por ele. Se por sorte o terceiro também nascer com vida, o dono não tem a obrigação de mantê-lo, mas se quiser pode fazê-lo pagando cerca de R$ 25 mil.
- Quanto mais clones, mais barato fica para o proprietário - afirma o diretor comercial da Cyagra.
A perspectiva agrada o dono de Bandido, touro famoso por não deixar que os peões fiquem montados nele por mais de quatro segundos e cuja fama fez com que até ganhasse sites na internet.
- Quanto mais clones, melhor - brinca Paulo Emílio, que não revela o cachê recebido para que o animal, de 8 anos, continue entre as estrelas da novela das oito.
A exemplo do que acontece nos rodeios, praticamente não há chance de o touro Bandido e seu dono saírem perdendo neste negócio. Segundo explica Ereno, a empresa americana nunca registrou casos de envelhecimento precoce nos clones gerados por seus especialistas, como ocorreu com a ovelha Dolly, primeiro clone de mamífero do mundo. Após o nascimento, é realizada uma série de exames para garantir que o animal é realmente um clone e que é saudável.
- Nós realizaremos um exame de DNA para provar que o clone realmente é do Bandido e também outros exames para garantir que ele é saudável. Só entregamos o animal com dois meses de vida - esclarece o diretor comercial.
Se por acaso for provado que o clone não é normal, o dono não sai perdendo.
- O risco é por conta da empresa e devolvemos o dinheiro - garante Ereno.
Negócio de campeão.
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