O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta quarta-feira o pedido de extradição do italiano Cesare Battisti, condenado por quatro homicídios na Itália na década de 1970.

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Os ministros do STF decidem se Battisti pode permanecer no país como refugiado político, conforme decidiu o ministro da Justiça, Tarso Genro, em janeiro deste ano, ou se deve ser entregue para o governo italiano para cumprir pena no país. A concessão do refúgio impede o julgamento de extradição.

A decisão do governo brasileiro de conceder status de refugiado político ao ex-ativista abalou a relação diplomática entre Brasil e Itália.

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Veja abaixo alguns fatos importantes do caso Battisti.

* Battisti, de 54 anos, foi condenado à revelia em seu país à prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas entre 1977 e 1979. Na época, Battisti, que alega inocência, integrava a organização Proletários Armados Pelo Comunismo (PAC).

* A condenação de Battisti na Itália ocorreu após sua fuga em 1981 para a França, que acolheu italianos sob a condição de que abandonassem a luta armada.

* Em 2007, Battisti deixou a França após a revogação de sua condição de refugiado. Desde então, o italiano cumpre prisão preventiva para fins de extradição na penitenciária da Papuda, em Brasília.

* Em janeiro deste ano, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu status de refugiado político a Battisti, baseado no "fundado temor de perseguição por opinião política", contrariando decisão do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). O status não permite o seguimento de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de refúgio.

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* A ação do ministro Tarso Genro foi criticada por autoridades italianas, incluindo o premiê Silvio Berlusconi e o presidente Giogio Napolitano. A decisão do governo brasileiro provocou ainda uma crise diplomática com a Itália, que chamou de volta seu embaixador no Brasil para manifestar "surpresa e pesar" e discutir o caso.

* O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu às críticas ao afirmar que os italianos deveriam "respeitar" a "decisão soberana" do Estado brasileiro.

* Em fevereiro, o STF negou pedido de liminar do governo italiano contra a decisão de conceder refúgio a Battisti.