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A sessão da Assembléia Legislativa foi marcado ontem pela pressão de entidades, principalmente sindicais, pedindo a aprovação do projeto do governo do estado que estabelece um salário mínimo regional entre R$ 427 e R$ 437,80 para empregados que não tenham piso salarial definido em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Três carros de som foram colocados na frente da Assembléia Legislativa, com apresentação de bandas de música, e as galerias ficaram lotadas de manifestantes pedindo a aprovação.

O presidente da Assembléia, deputado Hermas Brandão (PSDB) resolveu manter o calendário original e colocar a matéria em votação hoje. Ele havia sinalizado na semana passada que poderia adiantar a votação para ontem, o que levou manifestantes ligados ao Comitê pela Aprovação do Mínimo Regional para a Assembléia.

Mas desta vez a aprovação do projeto não precisa da pressão popular. Se os deputados seguirem o que vêm defendendo em plenário nas últimas semanas, o projeto deve ser aprovado em primeira discussão, hoje, por unanimidade. A oposição já declarou apoio a adoção do salário regional. "Vamos apoiar. Quem é contra aumento de salários?", disse Valdir Rossoni (PSDB), líder da Oposição. Ele apenas critica o governador por não ter apresentado a proposta há mais tempo e deixar para ano eleitoral.

O líder do PT na Assembléia Legislativa, Ângelo Vanhoni, afirmou que a bancada do partido votará em peso a favor. "O mínimo regional será uma avanço para o Paraná e deve reduzir a desigualdade social no estado", afirmou.

De acordo com Brandão, a votação seguirá trâmite normal, não será nominal e ele pretende colocar a matéria em segunda votação ainda hoje. Mas como haverá a apresentação de pelo menos duas emendas, que entram na segunda votação, o texto final só deve ser aprovado na próxima semana.

Debate

Com protestos dos integrantes do Comitê pela Aprovação do Mínimo, presidentes de duas entidades ligadas ao setor agrário falaram ontem na tribuna na Assembléia apresentado argumentos contrários a aprovação da proposta. O presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, disse que a queda da produção agrícola afeta os agricultores há três anos e, além das questões climáticas, os custos da produção aumentaram, como o preço do óleo diesel e maquinário. "A receita hoje não cobre os custos operacionais", disse Koslovski.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, disse que a intenção do governo com a proposta é louvável, mas que a realidade não permite a implementação do mínimo regional sem prejudicar os trabalhadores. "Caso seja aprovado, os produtores regionais serão obrigados a demitir", disse Meneguette.

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