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Sete entidades ligadas ao setor de Saúde pediram uma reunião com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e o diretor da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo. De acordo com o secretário-executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed), Cláudio Marques, o encontro teria como finalidade analisar propostas para colocar fim à greve dos fiscais da agência, iniciada em todo o país no dia 21 de fevereiro. As entidades esperam que a reunião seja marcada até o fim da próxima semana.

Ele afirma que a situação é "muito grave" porque cerca de R$ 700 milhões em medicamentos e equipamentos estão presos em portos e aeroportos esperando para serem liberados. A situação, acrescentou Marques, atinge principalmente os pacientes atendidos pelo governo federal. Outro ponto mencionado pelo secretário é que a Anvisa não está cumprindo a determinação legal de ter o mínimo de 30% dos servidores trabalhando em esquema de plantão para manter funcionado os serviços essenciais.

A greve dos funcionários da Anvisa afeta o tratamento na rede de saúde pública. O problema começa na linha de produção das indústrias farmacêuticas. As matérias primas estão retidas em portos e aeroportos do país. Só no Porto de Santos, 300 toneladas de matéria prima para a fabricação de medicamentos estão aguardando a liberação da Anvisa. No Porto Seco de Anápolis, em Goiás, que abastece o maior pólo farmacoquímico do Centro-Oeste, as indústrias estão recorrendo à liminares na Justiça para retirar as mercadorias mercadorias. Mas a liberação é lenta. Nas indústrias, as linhas de produção já foram prejudicadas.

A fabricação de remédios no país depende 90% de mercadorias importadas, principalmente de países como índia China e Estados Unidos. Segundo o presidente da indústria farmacêutica de Goiás, o estoque para abastecer o mercado, só é suficiente para mais 30 dias. Na Paraíba, os hemocentros de João Pessoa suspenderam a distribuição de sangue. Os laboratórios estão agentes para fazer análises e detectar vírus do HIV, doença de Chagas e hepatite. Nos hospitais, os estoques de sangue estão no fim.

A Anvisa informou que fez um acordo com os fiscais no início da greve para que fossem liberados todos os medicamentos considerados essenciais à saúde. A agência também disse estar cumprindo a determinação legal de manter ao menos 30% dos funcionários trabalhando. Os fiscais pedem a equiparação salarial com os funcionários contratados recentemente pela agência por meio de concurso público, além da inserção no plano de carreira. Segundo os grevistas, a diferença entre os salários dos funcionários antigos em relação a dos novos é de 40%.

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