Mais dois presos da Operação Lava Jato foram transferidos nesta semana da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A transferência do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada e do ex-gerente da estatal Celso Araripe ocorreu na terça-feira (18) e contou com o apoio de seis agentes da Polícia Federal.
INFOGRÁFICO: As construtoras e a Lava Jato
De acordo com a PF, as transferências para o CMP são solicitadas por questão de limitação de espaço na carceragem. O espaço, que fica na Superintendência da PF no Santa Cândida, em Curitiba, tem espaço apenas para 18 presos. Como a PF mantém presos de outras operações além da Lava Jato, não há espaço para manter todos na carceragem.
O pedido de transferência é feito pelos delegados da PF e precisa ser aprovado ou não pelo juiz federal Sergio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato na Justiça Federal. O número de agentes da PF envolvidos na operação de transferência depende de quem está deixando a carceragem e do grau de periculosidade. Segundo a assessoria de imprensa da PF, normalmente são três agentes para cada preso transferido.
Colaboradores
Como a carceragem da PF é destinada apenas a presos provisórios, é comum que a maioria dos presos da Lava Jato seja transferida para o CMP. A exceção é apenas para presos que estejam colaborando com a Justiça, como o doleiro Alberto Youssef, que firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF), ou presos que sejam constantemente ouvidos pelos delegados em inquéritos em andamento.
Na quinta-feira (20), por exemplo, o lobista Fernando Soares, que estava preso no CMP, voltou à carceragem da PF, em Curitiba.Ele estaria negociando acordo de colaboração premiada.
Rotina no CMP
No Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, os 18 presos da Lava Jato dividem seis celas. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), os investigados estão em uma ala em que há aproximadamente 100 presos. Trata-se de uma ala especial, para presos com curso superior (enquanto provisórios), ex-agentes da área de segurança pública e idosos.
Cada uma das celas tem três camas e o banheiro é coletivo e dividido com cerca de 100 presos do CMP. Os presos recebem visitas sempre às sextas-feiras, das 13h30 às 16 horas. De segunda a quinta-feira têm direito a uma hora de banho de sol.