Envolvimento de deputados leva Operação Miqueias para o Supremo

Pelo menos três parlamentares federais são suspeitos de participação no grupo acusado pela Polícia Federal de lavar R$ 300 milhões e de desviar R$ 50 milhões de fundos de pensão municipais. Os deputados federais envolvidos são Davi Alcolumbre (DEM-AP), Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Waldir Maranhão (PP-MA). Como o caso envolve parlamentares, a investigação foi remetida para o Supremo Tribunal Federal (STF), que é o foro judiciário de congressistas. O STF recebeu ontem os autos da Operação Miqueias e vai decidir se abre investigação contra eles.

Apontado pela Polícia Federal como líder do esquema criminoso, o doleiro Fayed Treboulsi trata o deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA) como "chefe" em conversa telefônica interceptada pela Operação Miqueias.

O relatório da PF também indica que o grupo tentou aliciar senadores para ingressar no esquema. José Sarney (PMDB-AP) é um dos senadores citados nas conversas telefônicas dos integrantes da suposta quadrilha, interceptadas com autorização judicial.

Segundo uma autoridade que acompanha o caso de perto, o nome de Sarney aparece de forma "unilateral", ou seja, não há indicação de que o senador saiba de que tenha sido citado nas conversas. Nos documentos da investigação não constam gravações de conversas do senador, mas o doleiro Fayed Traboulsi cita Sarney.

Procurado pela reportagem, Sarney informou por meio de sua assessoria de imprensa que não conhece Fayed, nem a ex-secretária Flávia Peralta, funcionária do Senado que é investigada pela PF.

A PF apurou irregularidades nos regimes próprios de Previdência Social das seguintes prefeituras: Manaus (AM), Ponta Porã (MS), Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa (GO), Caldas Novas (GO), Cristalina (GO), Águas Lindas (GO), Itaberaí (GO), Pires do Rio (GO), Montividiu (GO), Jaru (RO), Barreirinhas (MA), Bom Jesus da Selva (MA) e Santa Luzia (MA).