O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse nesta terça-feira (29) que a situação fiscal de 2015 foi causada, em parte, por erros cometidos no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. Ao avaliar o cenário de crise deste ano, Wagner listou como causas a perda de receitas e “erros que foram cometidos em 2013, 2014”.
“Desoneração exagerada, programas de financiamento que foram feitos num volume muito maior do que a gente aguentava e que, portanto, quando abriu a porta de 2015, você estava com uma situação fiscal... Por isso que o ano foi duro”, disse, em entrevista à rádio “Metrópole”, de Salvador.
Na entrevista, Wagner ainda compara a situação da presidente Dilma com a do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e diz que o problema dela é “impopularidade porque não conseguiu consertar a economia”. Já o de Cunha, investigado na Operação Lava Jato, é “ético”, segundo o ministro.
Não é a primeira vez que o governo admite que cometeu falhas na gestão anterior. A própria Dilma disse, em agosto, que errou em ter demorado a perceber a gravidade da situação econômica do país.
O chefe da Casa Civil elogiou a nomeação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda no lugar de Joaquim Levy e disse que a mudança ajuda no diálogo com o Congresso.
Segundo ele, o ajuste fiscal proposto por Levy “em vez de dose foi veneno”. Para Wagner, Levy tem “o olho no caixa”, enquanto Barbosa “tem uma visão mais ampla da economia”.
Neste ano, o PIB deve encolher 3,7%, segundo relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central com perspectivas dos principais economistas brasileiros.