O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, renunciou, na tarde desta segunda-feira, ao seu mandato de deputado federal. Costa Neto é um dos parlamentares citados pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como beneficiário do mensalão, que seria pago pelo PT a parlamentares da base. Um dos assessores de Costa Neto, o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas, fez saques no valor de R$ 1,6 milhão de contas de empresas de Marcos Valério. Ele foi o primeiro parlamentar envolvido no escândalo do mensalão a renunciar ao mandato.
- Devo uma satisfação aos 158.510 cidadãos de São Paulo (seus eleitores) que não terão motivos para deixar de acreditar na dignidade e honra do meu nome. Para provar perante a CPI e a Justiça a boa fé dos meus atos e de parlamentares da bancada do PL, renuncio ao mandato de deputado federal - afirmou.
Com a renúncia, o presidente do PL evita uma possível cassação e fica livre para disputar as próximas eleições. Sua vaga na Câmara será ocupada pelo suplente Fernando Ricardo (PL-SP).
Em discurso no plenário da Câmara, Costa Neto admitiu que errou ao receber dinheiro do PT num acordo feito para pagar as dívidas de campanha e não exigir o recibo para prestar contas à Justiça eleitoral.
- Quero que fique claro que são de minha única e exclusiva responsabilidade, uma vez que os demais parlamentares se encontravam cumprindo ordens. Não tinham por que suspeitar dos recursos que recebiam. Não podíamos colocar sob suspeita as ações de um partido aliado - disse Costa Neto, que completou:
- Reconheço que fui induzido ao erro quando aceitei recursos destinados à campanha sem a devida documentação que oficializasse a doação. Errei mais uma vez quando aceitei a pressão dos credores e concordei em fazer os pagamentos informalmente - afirmou.
Costa Neto disse ainda que vai completar o requerimento apresentado ao Conselho de Ética da Câmara em que pede a cassação do mandato de Jefferson. Ele pediu a compreensão de seus eleitores e afirmou que se despedia da Câmara com a "humildade dos que erraram".
- Exijo que Roberto Jefferson sente na banca dos acusados para responder a seus crimes. Crimes que foram denunciados a milhões de brasileiros pela força das imagens, o impacto da televisão e o flagrante de um suborno. Estou completando meu requerimento ao Conselho de Ética hoje com novas denúncias contra o deputado Roberto Jefferson para que a honra do Poder Legislativo seja preservado. Não esperem minha tolerância com a corrupção e com o desrespeito ao dinheiro do povo. Faço minha despedida desse plenário com a humildade dos que erraram - discursou.
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