Para advogado, indicação fere súmula do STF
A nomeação de Eduardo Requião para o Escritório de Representação do Paraná em Brasília pode render mais dor de cabeça para o governador Roberto Requião, que desde a edição da súmula antinepotimo pelo STF, em agosto de 2008, tenta manter o irmão no governo. O posto no escritório dará a Eduardo o cargo de secretário especial, o qual, segundo o advogado José Cid Campêlo Filho, não pode ser ocupado por parentes do governador.
"Ministros ou secretários especiais não são cargos políticos e por isso não podem ser ocupados por parentes (dos chefes do Executivo)", afirmou. Campêlo Filho disse que vai aguardar a publicação da nomeação de Eduardo Requião no Diário Oficial do Estado para então decidir se entrará com uma ação contra a decisão do governo estadual. (CO)
A indicação de Eduardo Requião para o escritório de representação do Paraná em Brasília divide as opiniões dos parlamentares da bancada paranaense no Congresso Nacional. Enquanto alguns dizem acreditar que o irmão do governador Roberto Requião ajudará a ampliar a relação entre os parlamentares federais do Paraná e o governo estadual, outros não esperam avanços nos trabalhos do escritório durante a gestão de Eduardo.
No escritório de representação em Brasília, Eduardo Requião será responsável por articular com os deputados e senadores paranaenses questões de interesse do estado. A nomeação do irmão do governador para o escritório do Paraná em Brasília deve ser oficializada no início da semana que vem, quando o decreto será publicado no Diário Oficial do Estado.
O coordenador da bancada paranaense na Câmara dos Deputados, Dilceu Sperafico (PP), faz parte do grupo dos que afirmam acreditar que a relação entre os parlamentares e o escritório de representação pode piorar. "Se ele for o próximo secretário em Brasília, não tenho muita esperança de boa coisa não." Segundo Sperafico, para que o trabalho de articulação funcione, é preciso que alguém entrosado com a bancada assuma o escritório de representação, o que ele não sabe se é o caso de Eduardo Requião.
Na opinião do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), o histórico de Eduardo à frente da Superintendência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina não indica que haverá essa boa relação. O tucano afirma que Eduardo nunca assumiu uma postura de diálogo com os deputados e senadores paranaenses enquanto esteve na administração dos portos. "Em Brasília, ele vai ter de mudar essa postura, já que terá uma relação nacional, tendo de negociar também com o governo federal os assuntos de interesse do estado e sem a sustentação do irmão governador."
Já o deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR) diz não acreditar que Eduardo tenha dificuldades de entrosamento com a bancada federal do estado. "Eu vejo que ele é uma pessoa que sabe fazer bem essa costura política e, para mim, ele não terá dificuldade alguma para alcançar êxito nessa trabalho." Outro que segue essa aposta é o deputado André Vargas (PT-PR). "Acreditamos que alguém tão próximo ao governador conseguirá melhorar a relação da bancada com o governo", diz.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), a nomeação de Eduardo não irá alterar as relações dos parlamentares com o estado. "O entendimento entre os parlamentares e o escritório é institucional. Por isso não haverá prejuízo ou ganho para o estado."
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