Em contraste com avaliações pessimistas de membros de sua comitiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem na Índia não ter dúvidas de que a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, vencerá o segundo turno.
"Escreva aí, a Marta vai ganhar", disse a jornalistas brasileiros em Nova Délhi, durante a terceira reunião de cúpula entre Índia, Brasil e África do Sul.
Questionado sobre a ampla vantagem de Gilberto Kassab (DEM) sobre a ex-ministra nas pesquisas, Lula mostrou confiança de que ela pode ser revertida. "Pelo amor de Deus, o segundo turno começou ontem", disse Lula.
O otimismo manifestado publicamente pelo presidente é bem menor entre alguns de seus assessores mais próximos. Um deles, do primeiro escalão do governo, disse que Marta só ganhará a eleição se acontecer um "milagre". Para ele, que pediu para não ser identificado, a ex-ministra "não tem de onde tirar votos", depois que o candidato derrotado do PSDB, Geraldo Alckmin, manifestou seu apoio a Kassab.
No momento em que a campanha petista enfrenta dificuldades e críticas até mesmo por parte de aliados, Marta deposita em Lula a esperança de reverter a vantagem de Kassab. O presidente irá sábado a São Paulo, onde participará de um encontro de Marta com movimentos sociais.
Pesquisa do Ibope divulgada ontem mostra Marta 12 pontos porcentuais atrás de Kassab. A última pesquisa que se tinha em mãos, do Datafolha, apontava uma diferença maior entre os dois, de 17 pontos. Entretanto, os dois institutos de pesquisa possuem metodologias diferentes, o que dificulta uma comparação entre os dois levantamentos.
Enquanto Marta busca reforçar a campanha com Lula, Kassab procura "colar" a imagem dele à do governador José Serra (PSDB). Ontem, os dois apareceram juntos, durante cerimônia que oficializou o repasse de verbas da prefeitura para o governo do estado. O prefeito e o governador também participaram de uma vistoria às obras da estação Sacomã Linha 2 (Verde) do Metrô de São Paulo, na zona norte.
Apesar de terem tomado café em uma lanchonete e conversado com eleitores, Serra e Kassab negaram que era um ato eleitoreiro.
Questionado por jornalistas, Serra se recusou a comentar a proposta da candidata Marta Suplicy (PT) para ampliação do metrô. "Não vamos falar disso. Já consultei os meus advogados que afirmaram que eu não posso falar nada sobre campanha. Isso é um ato de governo e vamos ficar restritos a questões de governo", disse o governador.
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