Considerado braço direito do delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha, o escrivão Walter Guerra negou irregularidades nas investigações e confirmou nesta quarta-feira (1) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, na Câmara que tinha armazenado em sua casa o backup - cópia de dados - com os arquivos completos da operação, o que, segundo ele, é "normal". "O escrivão sempre tem os backups em casa. É normal. Eu tinha todo o material que foi coletado em São Paulo. Backups são procedimentos da área de inteligência para subsidiar dados futuros. É uma necessidade", afirmou.
Valendo-se do habeas-corpus concedido a ele e a Protógenes pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que inclusive lhe permitia permanecer calado na CPI, Guerra se recusou a responder diversas perguntas, sobretudo as relacionadas com a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Satiagraha. Ele afirmou que não era "segundo homem" da operação que resultou na prisão temporária do banqueiro Daniel Dantas.
Guerra disse que tinha como função na Satiagraha analisar e controlar as interceptações telefônicas. Todas, segundo ele, foram feitas pelo sistema guardião e com autorização judicial. O escrivão, também indiciado pela PF, afirmou que entre os investigados não haviam pessoas com foro privilegiado, como ministros de Estado e chefe de outros poderes. "A ministra Dilma (Rousseff, da Casa Civil) não foi alvo da investigação", disse.
Segundo Guerra, nenhuma ordem "ilegal" lhe foi dada pelos superiores ao longo da operação. O escrivão disse acreditar estar sendo vítima de perseguição política. Esta, de acordo com ele, é a razão de ter sido indiciado no inquérito que apura o vazamento da Operação Satiagraha, conduzido pelo delegado Amaro Vieira.
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