Apenas dois dos 11 denunciados ontem pelo Ministério Público se pronunciaram sobre a acusação. Os dois ex-primeiros-secretários da Assembleia Nereu Moura (PMDB) e Alexandre Curi (PMDB) adotaram o mesmo discurso: disseram que são inocentes. Curi foi contido. Afirmou apenas: "Vou provar minha inocência na Justiça". E Moura disse que já esperava as ações de improbidade administrativa em função das denúncias de contratação de funcionários fantasmas.

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Nereu Moura afirmou que não teve participação alguma nas irregularidades. "Estou absolutamente tranquilo. Estou sendo acusado de omissão [por ter assinado a contratação de servidores que viriam a ser fantasmas], pela época em que fui primeiro-secretário. Mas vou provar que não fui omisso, que fiz o que podia e que o que tinha de errado eu combati", declarou.

Moura afirmou ainda que não sabia das irregularidades até a divulgação do caso. "Estou sereno de que vamos resolver na Justiça e que tudo aconteceu sem o meu conhecimento e a minha participação." Como acredita que vai ser inocentado das acusações, Moura avalia que restará apenas o "custo político" de ser envolvido entre os acusados.

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O deputado estadual Nelson Justus (DEM) foi procurado no gabinete, mas a assessoria dele não retornou as ligações da reportagem. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Hermas Brandão, ex-presidente da Assembleia, disse por meio da assessoria do TC que não vai se pronunciar até ser notificado das denúncias e conhecer seu inteiro teor.

O advogado Eurolino Reis, que defende os ex-diretores da Assembleia Abib Miguel (diretoria-geral) e José Ary Nassiff (diretoria administrativa), disse que não poderia se manifestar sobre as novas ações judiciais porque ainda não teve acesso à denúncia. O advogado Marden Maues, que defende o ex-diretor de pessoal Claudio Marques da Silva, afirmou que os fatos tratados na ação ajuizada ontem não são novos e que, tendo em vista os processos criminais já em andamento, era esperada a propositura das ações na esfera cível. Maues declarou que seu cliente só vai comentar as acusações quando tiver acesso aos processos.

Não localizados

A reportagem não localizou os ex-funcionários da Assembleia Douglas Bastos Pequeno, Daor Afonso Marins de Oliveira e João Leal de Matos para falar sobre a denúncia. A advogada Andrezza Maria Beltoni, que defende parentes dos ex-servidores em ações criminais, foi procurada, mas não retornou a ligação. A ex-diretora de pessoal Cinthia Beatriz Fernandes Luiz Molinari não foi localizada para responder as acusações.

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