Um dia após o promotor de Justiça Fuad Faraj fazer duras críticas ao posicionamento do Ministério Público do Paraná (MP-PR) nas investigações sobre as irregularidades da Assembleia Legislativa, o órgão divulgou uma nota oficial nesta sexta-feira (9) em que afirmava que já havia aberto inquérito para investigar as supostas ilicitudes cometidas pelo presidente da Casa, deputado Nelson Justus (DEM).
Faraj afirmou na quinta-feira (8) que o MP era "subserviente" e que estava protegendo Justus e Hermas Brandão, presidente do Tribunal de Contas (TC).
A nota do MP destacava que o procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto , instaurou inquérito específico sobre Justus na quinta-feira (8), o qual era resultado das investigações feitas pela Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público. A nota dizia ainda que os resultados foram "encaminhados à Procuradoria-Geral em função da necessidade de apuração de possível responsabilidade do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, que legalmente tem de ser investigado pela Procuradoria-Geral".
Entre os crimes que o MP investiga estão a falta de publicação dos atos administrativos da Casa, nomeações irregulares, desvio de verbas públicas e contratação de funcionários fantasmas.
O MP afirmou ainda que já havia requisitado cópias dos diários oficiais, dos contra-cheques e das fichas cadastrais dos servidores lotados no gabinete da presidência.
Sindicância da AL
O promotor de Justiça Fuad Faraj foi o primeiro a se mostrar contrário a parceria que Justus ofereceu ao MP. Faraj disse que a parceria iria inviabilizar a isenção do MP nas investigações. Ele também chamou a Assembleia de "antro de corrupção".
Depois disso, Sotto Maior afirmou que o MP não participaria da comissão de sindicância convocada pela Assembleia.
Afastamento de Justus
A pressão para que o deputado Nelson Justus (DEM) deixe a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná aumenta a cada dia. Depois da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Paraná (OABPR) e de partidos políticos (PV e PPS) pedirem o afastamento de Justus, desta vez foi a Associação dos Juízes Federais Seção Paraná que veio a público para defender tal posicionamento.
Além disso, 1,2 mil pessoas que participam da Conferência Estadual das Cidades, em Foz do Iguaçu, no Oeste, também pediram o afastamento de Justus e da mesa diretora. Elas aprovaram, por unanimidade, um documento pedindo que a investigação seja isenta. A classe empresarial também se mobilizou para pedir o afastamento de Justus. O posicionamento foi defendido pela Associação Comercial do Paraná e pela Federação das Indústrias do Paraná.
Outro lado
Já a Assembleia Legislativa do Paraná, em nota, informou que desde o início das denúncias de irregularidades a mesa diretora determinou a apuração por meio da comissão sindicância. A Assembleia disse ainda que na tarde desta sexta-feira enviou documentos requeridos pelo Ministério Público.
Assista à reportagem em vídeo:
Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.
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