O ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná Abib Miguel, o Bibinho, preferiu manter o silêncio na audiência que colheu seu depoimento para os dois processos criminais a que ele responde. Bibinho é acusado dos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica e pelo desvio de mais de R$ 200 milhões dos cofres do Legislativo estadual no escândalo que ficou conhecido como Diários Secretos.
Embora Bibinho não tenha respondido aos questionamentos feitos pela juíza Ângela Ramina, da 9.ª Vara Criminal de Curitiba, a audiência de ontem encerrou a fase de depoimentos dos processos. Agora, o Ministério Público e os advogados de Bibinho terão 48 horas para requerer diligências. Depois, acusação e defesa terão até 30 dias para apresentar as alegações finais para, em seguida, a juíza dar a sentença. A previsão é de que a decisão saia até julho.
Além de Bibinho, sete testemunhas de acusação também foram ouvidas ontem. Após os depoimentos, o ex-diretor pediu à juíza que determinasse a sua soltura. Bibinho está preso desde o dia 6 de março acusado de atrapalhar o andamento dos dois processos criminais a que responde. O advogado de Bibinho, Eurolino Sechinel Reis, disse esperar que o cliente seja solto.
Ausência
Reis faltou à audiência realizada ontem. O ex-diretor geral da Assembleia usou a situação como justificativa para o seu silêncio. Durante o depoimento, Bibinho alegou que só responderia aos questionamentos na presença do advogado. Reis não estava presente porque no mesmo horário tinha outra audiência em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. A juíza nomeou uma defensora pública para acompanhar o depoimento de Bibinho.
O advogado afimou que pediu para a juíza que alterasse a data da audiência de Bibinho, o que foi negado. Ele também recorreu ao Tribunal de Justiça, mas em decisão liminar, o desembargador José Maurício Pinto de Almeida manteve o entendimento da magistrada. Almeida alegou que o advogado poderia ter dado prioridade ao processo de Abib Miguel, já que o ex-diretor está preso.