Deputados cobram explicações da direção da Casa

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A divulgação nos sites da Gazeta do Povo e da RPCTV dos dados que embasaram a série de reportagens Diários Secretos – fruto da digitação de todos os diários oficiais numerados e alguns avulsos do período de janeiro de 2006 a março de 2009 – motivou reações de alguns deputados estaduais. Muitos encontraram no sistema nomes de servidores de seus gabinetes que afirmam ter exonerado há muito tempo. E alguns fizeram fila nos setores administrativos da Assembleia, requisitando cópias das publicações de demissão de servidores e pedindo explicações à direção da Casa.

O deputado Neivo Beraldin (PDT) contestou a informação de que chegou a ter 59 funcionários em 2006, como informou a edição de segunda-feira da Gazeta do Povo. Ele solicitou uma certidão da direção da Assembleia e recebeu um documento como resposta em que consta que teve 23 pessoas lotadas no seu gabinete.

Diante do diário em que aparecem meia centena de exonerações num único dia em seu gabinete, Beraldin reforçou que a responsabilidade pelos atos de demissão é da direção da Casa. "É uma contradição, certamente. Espero que a comissão que foi montada para cuidar do caso resolva esses problemas", disse.

A desorganização da Assembleia seria tanta, disse Beraldin, que a certidão informa que uma pessoa teria sido lotada no gabinete dele em 1985, quando ele ainda não era deputado. E, em 2006, quando o diário foi publicado, apareceria também a exoneração de uma pessoa que teria morrido em 2003.

O deputado Tadeu Veneri (PT) reclamou que alguns dos funcionários que ainda aparecem como efetivos no gabinete dele já foram exonerados há meses. De alguns, a demissão não foi publicada nos diários oficiais da Assembleia. De outro, a saída foi após março de 2009, data final do levantamento. Ainda há um caso em que um funcionário contratado há sete anos não aparece na lista. Isso porque a nomeação é anterior ao levantamento feito pela reportagem.

Para não deixar dúvidas de quais são os funcionários em seus gabinetes, outros deputados optaram por divulgar a lista atualizada de seus servidores em seus sites pessoais. Foi o caso de Reni Pereira (PSB) e Marcelo Rangel (PPS), por exemplo. Ambos alegam que muitos servidores exonerados há muito tempo ainda aparecem como ativos no sistema de busca disponibilizado nos sites do jornal e da tevê.

Serviço: a base de dados pode ser acessada aqui.