A Associação Comercial do Paraná (ACP) e mais quatro sindicatos de trabalhadores do estado dos Engenheiros (Senge-PR), Administradores (Sinaep), Economistas (Sindecon-PR) e Médicos Veterinários (Sindivet) iniciaram nesta semana, no centro de Curitiba, ações para intensificar a coleta de assinaturas e novas adesões ao movimento "O Paraná que Queremos", criado para reagir às irregularidades na Assembleia Legislativa mostradas pela Gazeta do Povo e pela RPC TV na série de reportagens "Diários Secretos".
Duas tendas para a coleta de assinaturas foram instaladas pela ACP, uma em frente de sua sede, na Rua XV de Novembro, e outra na Praça Santos Andrade.
Segundo Édson Ramon, presidente da ACP, o movimento não visa atingir políticos específicos, mas reforçar preceitos de ética e moral na gestão pública. "A partir do movimento paranaense, queremos estabelecer meios para uma maior participação da sociedade para que tenhamos uma campanha idêntica em nível nacional", afirmou Ramon.
Além das tendas, a associação distribuiu uma nota aos comerciantes do Centro recomendando que cartazes do movimento sejam afixados nas lojas e as assinaturas dos consumidores sejam coletadas."Este é o papel da ACP: estimular o comércio a realmente ser um agente da conscientização da população", disse Ramon.
O empresário Rogério Hurtado aproveitou visita a ACP para aderir ao movimento."O sentimento geral é de que estamos imersos num sistema que não muda nunca. Esta é uma maneira de quebrar esta barreira. É um processo que pode até levar tempo, mas a gente chega lá."
Com o mesmo objetivo da ACP, os quatro sindicatos de trabalhadores também uniram-se para arrecadar assinaturas e instalaram a "Barraca da Cidadania" na Boca Maldita. De acordo com o presidente do Senge-PR, Valter Fanini, a ação visa dar mais força ao "Paraná que Queremos", coletando novas assinaturas.
"Apoiamos o movimento desde que ele surgiu. A aprovação da Lei da Transparência [pela Assembleia] foi uma grande vitória da sociedade civil organizada. Porém, diversas irregularidades ainda não foram esclarecidas, a Mesa Diretora não foi afastada e temos que continuar lutando para livrar o Paraná da corrupção", disse Fanini.
Além de arrecadar assinaturas para o movimento "O Paraná Que Queremos", a Barraca da Cidadania também vai arrecadar assinaturas para o abaixo-assinado promovido pelo Fórum Popular Contra o Pedágio, organização de defesa da cidadania e dos direitos constitucionais de liberdade e ir e vir.
O professor aposentado, Naíde Bernardes, que mora no litoral e aproveitou a visita a Curitiba para aderir a ambos os movimentos. "O país precisa ganhar uma nova cara. Começa com cada um fazendo sua parte", afirmou.
Até o momento, o abaixo-assinado do movimento "Paraná que Queremos", encabeçado pela seccional Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), conta com o apoio de 614 entidades, 1.479 empresas e 67.985 cidadãos.