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Veja a matéria do ParanáTV sobre o julgamento

Os ex-diretores da Assembleia Legislativa do Paraná (AL)José Ary Nassiff (administrativo) e Cláudio Marques da Silva (pessoal) não chegaram a ser ouvidos no primeiro dia de julgamento de um dos processos em que são réus.

Nassif e Silva são acusados de envolvimento em um esquema de contratação de funcionários fantasmas e desvio de dinheiro público na Casa de Leis, revelado na série de reportagens Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPC TV.

Nesta quarta-feira (17), a juíza Ângela Ramina ouviu o depoimento de seis testemunhas de acusação. Uma delas também havia sido arrolada pela defesa. Entre as pessoas ouvidas, está o procurador da Assembleia, Marco Antônio Marconcin, responsável pela comissão de sindicância que apurou irregularidades na Casa, e Antonio Gubino, atual diretor de pessoal da Assembleia.

Entre as testemuhas ouvidas estava Thayse Gbur, suspeita de ser uma funcionária fantasma, que afirmou que nunca soube que era contratada da casa. Depois dela foram ouvidos dois taxistas que confirmaram que Eduardo Gbur, outro suspeito de ser funcionário fantasma, sempre trabalhou como motorista.

A última testemunha ouvida foi Cleia Carazzai, que é do departamento de pessoal da casa. Ela confirmou que havia recomendação de digitar atos fora da sequência numérica e que era comum atos serem digitados com datas mais antigas.

Os advogados de Nassif e Silva abriram mão de ouvir cerca de 70 testemunhas de defesa que haviam sido convocadas.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nelson Justus (DEM), e o primeiro-secretário, deputado Alexandre Curi (PMDB), eram testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), mas foram dispensadas pelo órgão de prestar depoimento. O motivo da dispensa não foi divulgado.

A audiência desta quarta foi suspensa por volta das 16h. Agora, resta ouvir o depoimento de duas pessoas que serão interrogadas em Londrina (Norte do estado) e Guarapuava (Centro) por meio de carta precatória. Somente depois disso, os ex-diretores serão ouvidos em juízo. Não foi definida uma data para que a audiência seja retomada.

Outros acusados

Além deles, também são réus na ação o ex-diretor-geral da Assembleia, Abib Miguel – o Bibinho –, o ex-funcionário da Assembleia Daor Afonso Marins de Oliveira, que está foragido da Justiça, e outras nove pessoas que são parentes de Oliveira.

Bibinho não compareceu à audiência alegando estar com atestado médico, já que foi operado, em 5 de novembro, por causa de uma hérnia umbilical. Assim como ocorreu na semana passada em outra ação, a juíza Ângela Ramina decidiu desmembrar o processo. Abib Miguel será ouvido em 9, 10 e 13 de dezembro. O processo contra Oliveira e seus familiares também será julgado separadamente.

Denúncia

Durante o período de investigações, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, encontrou 18 situações em que foram cometidos os crimes de formação de quadrilha, peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, Oliveira e os filhos pagariam para terceiros cederem os nomes para nomeações irregulares de pessoas na AL. Essas pessoas ganhavam entre R$ 600 a R$ 800 mensais para participar do esquema e receberiam até R$ 30 mil na folha de pagamento do Legislativo.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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