URV

MP pede dados sobre pagamento

O Ministério Público Estadual requisitou à Assembleia Legislativa informações sobre todos os pagamentos feitos a funcionários a título de perdas salariais provocadas pela conversão de Unidade Real de Valor (URV) para real, na gestão de Nelson Justus. O Legislativo já gastou R$ 20 milhões em perdas pela URV.

A Gazeta do Povo noticiou, em março, que pelo menos dez pessoas acusadas de serem funcionárias fantasmas da Assembleia requisitaram o pagamento dos prejuízos salariais. Em tese, todos os funcionários do Legislativo que estavam empregados entre 2002 e 2006 têm direito à recomposição por perdas inflacionárias. Desde fevereiro, os pagamentos estão suspensos.

A promotoria quer uma relação de todos os servidores que requereram o benefício – autorizado por lei estadual e determinado por ordem judicial – e cópias dos protocolos de pedidos. Também quer saber quanto foi pago a cada pessoa e se advogados receberam honorários. O MPE tem um inquérito aberto para investigar o caso.

Os gastos com o pagamento das indenizações por causa da URV podem chegar a R$ 80 milhões para mais de 1,5 mil pessoas. O Tribunal de Contas do Estado (TC) informou que vai analisar cada caso. (KB)

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Dois ex-diretores da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) prestaram depoimento ontem em um dos processos criminais que respondem pelo desvio de cerca de R$ 200 milhões dos cofres do Legislativo, no escândalo dos Diários Secretos, que vieram à tona por meio de reportagens da Gazeta do Povo e da RPC TV. José Ary Nassiff, ex-diretor administrativo da Casa, e Cláudio Marques da Silva, ex-diretor de pessoal, disseram em juízo que a responsabilidade pelas contratações de funcionários na Assembleia era também da diretoria-geral, ocupada por 20 anos por Abib Miguel, o Bibinho.

O advogado de Nassiff, Eurolino Sechinel Reis, disse que o ex-diretor administrativo nunca indicou nem contratou nenhum funcionário. "Se houve contratação irregular, a responsabilidade não é dele. A atribuição é também da diretoria-geral", completou Reis.

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A estratégia do advogado de Marques da Silva, Marden Esper Maues, foi semelhante. O ex-diretor de pessoal disse que apenas cumpria ordens de Bibinho.

Os dois ex-diretores, assim como Bibinho, respondem na Justiça pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e desvio de dinheiro público. A audiência de ontem se refere ao processo criminal envolvendo supostos funcionários fantasmas da família do servidor João Leal de Mattos. Amanhã, Nassiff e Marques da Silva serão novamente ouvidos, desta vez no processo envolvendo a contratação de familiares do ex-servidor Daor Afonso Marins de Oliveira.