Diante da pressão de alguns deputados sobre a campanha "O Paraná que queremos", ex-presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil defenderam a posição da entidade em cobrar o combate à corrupção e à impunidade. Segundo eles, as denúncias contra a Assembleia Legislativa paranaense são "gravíssimas" e precisam ser investigadas com rigor, para que não acabem "dando em nada".
Presidente da OAB nacional entre 2004 e 2007, o paranaense Roberto Antônio Busato afirma que a iniciativa "expressa a repulsa do povo a esse estado de coisas que enlameou o nome do Paraná perante todo o Brasil". Ele destaca que a situação "aterradora" vivida pelo Legislativo merece uma reflexão profunda por parte de toda a população. "Não é possível que a Assembleia tenha chegado num ponto desse sem que houvesse a participação de diretores e da Mesa Executiva ao longo dos tempos", defende. Busato argumenta ainda que as medidas tomadas pela Casa desde o início da crise têm ficando "muito no discurso e pouco na ação, por meio da Mesa e, principalmente, do presidente". "Há também aquela reação absolutamente traiçoeira do projeto que visa retaliar o Ministério Público, que não tem sentido nenhum e foge de todos os princípios democráticos", critica.
Inédito
Para o advogado Alfredo de Assis Gonçalves Neto, presidente da OAB-PR no período 1995-1997, as investigações das denúncias contra a Assembleia são algo inédito por apurar irregularidades que ocorriam há tanto tempo, mas que ninguém se mostrava interessado em buscar resultado e "fazer cessar essas bandalheira". "É hora de se tentar dar apoio a essas vozes que se levantaram. Não é possível que isso esmoreça e acabe não dando em nada", afirma. O ex-presidente da entidade diz que, em nome da transparência, é necessário impedir a continuidade de publicação de atos sem numeração na Casa. "Essa insegurança tinha que ser interrompida imediatamente, mas ainda não foi, o que nos preocupa muito", revela. (ELG)
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