Londrina - Entidades e movimentos sociais, liderados pela CUT do Paraná, pretendem mobilizar o interior do estado no "Movimento pela Ética na Política Paranaense" para apoiar investigações mais ágeis sobre as irregularidades na Assembleia Legislativa denunciadas pela série de reportagens "Diários Secretos" da Gazeta do Povo e da RPC TV. "Embora a Assembleia esteja em Curitiba, ela representa todo o Paraná", afirma o representante da CUT Regional Norte Central em Londrina, João Antônio da Silva Neto.
Segundo ele, nas próximas semanas, entidades de Maringá, Apucarana e Cornélio Procópio também serão estimuladas a se organizar para pedir não só investigações mais rápidas, mas também o afastamento do presidente da Casa, deputado Nelson Justus. A intenção do movimento é enviar uma carta entitulada "Londrina indignada exige uma solução" para o Ministério Público e para a própria Assembleia. No documento, as entidades pedirão o afastamento do presidente, investigações mais eficientes e o fim da corrupção.
Ordem dos Advogados
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Londrina, Elizandro Pellin, cobra uma postura mais incisiva e ágil do Ministério Público sobre o caso. "Os órgãos de investigação têm de sair do formalismo. A leniência do Ministério Público em Curitiba dá brechas para a eliminação de documentos e a desconstituição de provas. Não vejo outra saída a não ser cadeia para muita gente ali", afirma.
O presidente da OAB de Londrina também faz críticas à falta de reação da população em particular, dos moradores do interior frente às denúncias. "Não reagimos. Pagamos o preço e ficamos calados. O povo de Londrina também paga aquela bandalheira na capital. Londrina está distante do centro de poder, mas não pode ficar apática quanto ao assunto", comenta.
O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Nivaldo Benvenho, diz que a sensação dos comerciantes da cidade é de terem sido lesados. "Em Londrina a gente está numa batalha por mais saúde e mais segurança e só ouvimos que falta dinheiro do estado. Enquanto a gente luta aqui com desculpas diversas, sabemos que o dinheiro existe e simplesmente some nesse tipo de corrupção".
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