Uma decisão liminar proferida no final da tarde desta segunda-feira (7) pelo Tribunal de Justiça do Paraná concedeu habeas corpus para o ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná Abib Miguel. Bibinho permanecia detido no Centro de Triagem II, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, na noite desta segunda. O pedido de liberdade será, agora, julgado pelos desembargadores da 2º Câmara Criminal do TJ, que podem manter ou revogar a decisão liminar.
Bibinho está preso há dois meses, acusado de atrapalhar o andamento dos processos a que responde na Justiça e, por isso, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) havia pedido a prisão preventiva dele. Bibinho é acusado pelo Ministério Público de formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e do desvio de pelo menos R$ 200 milhões dos cofres da Assembleia, no escândalo que ficou conhecido como "Diários Secretos".
Eurolino Reis Sechinel, advogado que defende Bibinho, afirmou que o ex-diretor deve deixar a prisão nesta terça-feira (8). Na ação, o advogado sustentou que não havia mais motivos para deixar Bibinho preso, uma vez que se encerrou a fase de instrução dos processos a que o ex-diretor responde na Justiça.
"Se ele foi preso sob acusação de que estava atrapalhando o andamento dos processos, não há mais motivos para deixar o meu cliente preso, já que foi encerrada a instrução dos processos", explicou Sechinel.
Diários Secretos
Bibinho comandou por mais de 20 anos a diretoria-geral da Assembleia Legislativa do Paraná e só deixou o cargo em março de 2010, quando a série de reportagens Diários Secretos revelou o esquema de desvio de dinheiro no Legislativo, que se utilizava de funcionários laranjas e fantasmas.
Após a publicação, o Ministério Público abriu investigação e concluiu que Bibinho era o chefe da quadrilha, que desviou cerca de R$ 200 milhões. Além dele, os promotores acusam os ex-diretores da Casa José Ary Nassiff (administrativo) e Cláudio Marques da Silva (de Pessoal) de envolvimento com a quadrilha.
Os três foram presos e depois denunciados pelos crimes de desvio de dinheiro, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.