Além da retirada proposital dos 72 nomes da lista de servidores da Assembleia, a publicação das exonerações que permitiram a manobra de saída e volta dos servidores também foi fraudada, diz o MP. As demissões dos funcionários foram publicadas em sete diários avulsos entre os meses de fevereiro e junho de 2009. Mas o MP comprovou que esses diários foram "fabricados" somente em agosto de 2009.

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Na denúncia, os promotores dizem que a obrigação de publicar corretamente a relação de funcionários era de Nelson Justus, Alexandre Curi e Abib Miguel, pois entre janeiro e agosto de 2009 eles exerciam os cargos de direção da Assembleia. "São esses três os responsáveis pela fraude", diz a denúncia do MP.

No texto protocolado na Justiça, os promotores citam ainda frases do então presidente da Assembleia Nelson Justus, quando a lista de servidores foi divulgada, nas quais ele enaltece o gesto de divulgar a lista de funcionários, classificando-o como um passo importante em direção à transparência. "O envolvimento do requerido Nelson Justus com a preparação e ‘publicação’ da mencionada relação de ‘servidores’ era tanto que o mesmo, esperançoso que as ilicitudes não fossem descobertas, chegou a dizer: ‘Deus me ilumine que não tenha nenhum funcionário fora dessa lista’", citam os promotores na denúncia.

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"[Justus] chegou ao cúmulo de argumentar que: ‘tornar a Assembleia transparente é uma questão de honra", dizem os promotores, lembrando ainda de outras palavras dele na ocasião: "Fiz um discurso e assumi um compromisso que, se não cumprir, colocará minha gestão em xeque. Assumi um compromisso público que todo mundo viu, agora eu tenho que fazer".

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