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Justus com Alexandre Curi: quais são os erros do passado. | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Justus com Alexandre Curi: quais são os erros do passado.| Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo

Veja que Nelson Justus determina o recadastramento de todos os servidores da Assembleia Legislativa

Confira que o Legislativo do Paraná paga fortunas à pessoas que nunca pisaram na Assembleia

Recadastramento será anual e diários irão para a internet

O presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM), anunciou ontem, em discurso no plenário da Casa, a instituição de um recadastramento anual dos servidores do Legislativo paranaense.

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O deputado estadual Jocelito Canto (PTB) quer uma resposta da Assembleia sobre a nomeação da agricultora Vanilda Leal, que teria recebido R$ 1,2 milhão da Casa em 5 anos, sem nunca ter pisado na Assembleia.

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Silêncio e temor. Foi assim a reação dos deputados estaduais do Paraná diante das denúncias levantadas pela Gazeta do Povo e RPCTV contra o diretor-geral da Assembleia, Abib Miguel, o Bibinho, considerado um dos homens fortes da Casa. Reportagem publicada ontem mostrou que no Legislativo há uma rede de pelo menos 20 apadrinhados de Bibinho que receberam R$ 11,2 milhões do Legislativo, entre janeiro de 2004 e abril de 2009 – alguns deles sem efetivamente trabalhar na Casa.

O presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM), ontem evitou contato com a imprensa, como já havia feito na terça-feira. Ele abriu a sessão normal do Legislativo e, logo depois, a suspendeu para se reunir, a portas fechadas, com os demais deputados. Em pauta, as denúncias contra a Assembleia. Esse tipo de expediente já havia sido usado em debates sobre projetos de lei em tramitação, mas nunca para decisões administrativas da Casa. Depois de mais de uma hora de reunião com os deputados, Justus reabriu a sessão e, em discurso, anunciou a antecipação do recadastramento dos funcionários e a disponibilização dos diários oficiais da Casa na internet. Justus não tocou, porém, no nome do diretor-geral. O primeiro-secretário da Casa, deputado Alexandre Curi (PMDB), também silenciou sobre as denúncias contra o diretor-geral.

Entre os deputados, o discurso dominante era de que uma posição sobre a permanência de Bibinh o no cargo deveria ser dada apenas pela mesa diretora. "Eu não tomo decisão nenhuma. Posso falar e opinar, mas quem toma a decisão é o presidente e os secretários", disse o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PDMB), líder do governo Requião na Assembleia.

Indicado para viabilizar a publicação do diário oficial na internet, o deputado Edson Praczyck (PRB) seguiu na mesma linha. Per­guntado se Abib tinha condições de continuar no cargo durante as investigações da comissão interna de sindicância (aberta anteontem) e do Ministério Público, Praczyck afirmou que a opinião dele "não importava". "Se o presidente achar por bem, junto com a mesa executiva, e decidir pelo afastamento, contará com o meu apoio. Também contará com meu apoio se resolver mantê-lo no cargo."

O deputado Ênio Verri, presidente estadual do PT, afirmou que o partido deve discutir a questão em reunião de bancada na segunda-feira. O parlamentar, porém, evitou falar em punição. "Em sendo provadas [as suspeitas], que ele saia da função. Mas é preciso ter provas."

A declaração mais dura coube ao deputado Stephanes Júnior (PMDB). Para o peemedebista, as denúncias da Gazeta do Povo e da RPCTV são fortíssimas e não houve uma resposta apropriada da direção da Assembleia. "Eu sei que a diretoria da Casa está tomando providências. Mas acho que ainda são muito poucas diante do que deveria ser. Não vou falar de nomes, mas acho que a mesa executiva tem de tomar atitudes fortíssimas. Por enquanto, não fez nada de significativo."

A falta de uma posição oficial da mesa diretora evidencia o poder de Abib na Casa. Indicado para o cargo pelo ex-presidente da Assembleia Aníbal Khury (já falecido), Abib continuou como diretor-geral nas gestões dos dois presidente posteriores: Hermas Brandão e Nelson Justus. "Ele não cai assim fácil", resumiu um dos parlamentares, que pediu sigilo.

Outro deputado diz que Abib não é uma unanimidade entre os parlamentares, mas que sua força política o mantém no cargo. Pelo diretor-geral passaria qualquer nomeação e exoneração da Assembleia. "Muitos aqui não concordam com a forma que ele lida com as coisas. Mas quem assumir essa declaração corre o risco de ver ele permanecer no cargo e acabar sendo perseguido", complementou.

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