O deputado estadual Ney Leprevost (PP) engrossa o coro dos parlamentares que defendem publicamente que Nelson Justus (DEM) deixe a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná. Em um levantamento feito pela Gazeta do Povo entre os deputados estaduais, ele se manifestou a favor da saída de Justus posição que até então só havia sido tomada pelos três deputados do PPS, Douglas Fabrício, Felipe Lucas e Marcelo Rangel, e pelo petista Tadeu Veneri.
Leprevost faz questão de expor as razões pelas quais passou a defender a saída de Justus. Primeiro, o instinto de preservação da imagem da Casa e do próprio Justus, que estaria muito exposto no momento. O deputado também lembra que, pelo Regimento Interno, a prerrogativa de escolher o diretor-geral é exclusiva do presidente, que precisa se responsabilizar pela decisão.
Leprevost também destaca que, fora os casos que envolvem as diretorias da Assembleia, as denúncias mais relevantes envolvem o chefe de gabinete do presidente, Sérgio Monteiro, que teria comandado a contratação de 33 pessoas ligadas a ele, entre apadrinhados e familiares, sendo que alguns efetivamente não prestavam serviços para o Legislativo.
Outro argumento utilizado por Leprevost para definir sua posição é que Justus não teria tomado nenhuma medida efetiva com relação a Sergio Monteiro. O presidente não estaria demonstrando capacidade de se defender e não teria tido tempo de articular sua defesa. "Se ele saísse, ele se pouparia, pouparia os colegas, a Assembleia e a própria família, e daria um tempo para a que a Casa pudesse voltar a funcionar", avalia. Leprevost lembra que Justus não apresentou publicamente o resultado final da sindicância interna. Para o deputado, o relatório da investigação deveria ser divulgado, como forma de demonstrar que a Casa está no rumo da transparência.
Justus precisaria sair espontaneamente, diz Leprevost, porque não há previsão no Regimento Interno de nenhum instrumento que permita que os deputados forcem o afastamento do presidente. "É necessária a saída até para que os deputados possam falar abertamente o que pensam", analisa.
Na sessão legislativa de quarta-feira, Justus agradeceu o apoio recebido de parlamentares e disse que alguns têm se dedicado a ajudar em soluções para os problemas da Assembleia enquanto outros sobem à tribuna "para pedir demagogicamente a cabeça deste ou daquele deputado". Ao todo, 42 parlamentares não responderam ao questionário encaminhado pela Gazeta do Povo, cinco disseram ser favoráveis ao afastamento e sete afirmaram defender a permanência de Justus na presidência.
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