A campanha pela moralização da política paranaense acaba de dar dois passos importantes. Por um lado, o movimento "O Paraná que nós queremos" ganhou força nacional, com o apoio de todas as seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Por outro, a mobilização está prestes a ganhar as ruas. Uma manifestação está marcada para o próximo dia 8 em Curitiba e em várias cidades do interior do estado.
A moção de apoio à iniciativa da OAB paranaense veio de Fortaleza, onde todos os presidentes regionais da ordem se reuniram sexta-feira. O presidente nacional da Ordem, Ophir Cavalcante, mostrou as irregularidades na Assembleia Legislativa do Paraná trazidas à tona pela série "Diários Secretos", da Gazeta do Povo e da RPC TV. Depois, apresentou a moção de apoio. E o resultado foi a aprovação por unanimidade. "O Paraná está dando um brado que vai ecoar por todo o país", afirmou Cavalcante (veja entrevista ao lado).
"Para nós é muito importante esse reconhecimento das seccionais e do Conselho Federal da OAB", afirmou José Lúcio Glomb, presidente da Ordem no Paraná. "O Paraná está dando o exemplo de que o Brasil não pode mais continuar convivendo com atos de imoralidade na política. A indignação que nasceu no nosso estado está tendo repercussão em todo o país", disse o presidente da OAB-PR.
Manifestações
No dia 8 de junho será a hora de o movimento chegar às ruas. Em Curitiba, a manifestação será na Boca Maldita. Mais de 6 mil entidades, empresas e pessoas já assinaram o manifesto do movimento. No entanto, para participar da manifestação não é necessário fazer a adesão formal.
"Vai ser a hora de o povo mostrar a conscientização de que é necessário fazer mudanças", diz Glomb. Várias cidades do interior também estão programando manifestações para o mesmo dia. Já há movimentação em Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu e Pato Branco.
Várias entidades já declararam apoio às manifestações. A Associação Comercial do Paraná, por exemplo, afirma que vai enviar correspondência aos seus 8 mil associados convidando para o ato. "Nosso papel é de fazer essa intermediação. De dar o caminho para que as pessoas se mobilizem", diz Avani Slomp Rodrigues, presidente da associação.
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná também apoia a manifestação. "É um desdobramento natural e importante dessa campanha que está sensibilizando um número crescente de pessoas", afirma o presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures. "Por meio da nossa rede de participação política estamos animando as pessoas a participar deste movimento, em Curitiba e diversas cidades do interior", diz.
Centrais sindicais
As principais centrais sindicais do país também aderiram à ideia da manifestação. A Força Sindical, que nesta semana se tornou signatária do manifesto, diz que não só vai mobilizar os sindicatos ligados a ela como também vai montar painéis nas principais cidades do interior para mostrar quais os deputados que votam a favor das mudanças consideradas mais importantes para dar transparência à política estadual.
"Vamos ligar para os 54 deputados estaduais e ver quais são contra e quais são a favor dessas propostas. Teremos uma terceira coluna para os que estão em cima do muro", afirma Nelson Silva de Souza, diretor de Mobilização da central. Em Curitiba, quem promete montar um painel com a posição dos deputados é a União Geral dos Trabalhadores.
A Central Única dos Trabalhadores também diz que participará da mobilização. "Estamos apoiando a campanha e acreditamos que é preciso obter mudanças profundas", afirma o presidente da CUT no Paraná, Roni Anderson Barbosa.
Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.
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