“Vai ser a hora de o povo mostrar a conscientização de que é necessário fazer mudanças.” José Lúcio Glomb, presidente da OAB Paraná| Foto: Giuliano Gomes/arquivo Gazeta do Povo

A campanha pela moralização da política paranaense acaba de dar dois passos importantes. Por um lado, o movimento "O Paraná que nós queremos" ganhou força nacional, com o apoio de todas as seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Por outro, a mobilização está prestes a ganhar as ruas. Uma manifestação está marcada para o próximo dia 8 em Curitiba e em várias cidades do interior do estado.

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A moção de apoio à iniciativa da OAB paranaense veio de Fortaleza, onde todos os presidentes regionais da ordem se reuniram sexta-feira. O presidente nacional da Ordem, Ophir Cavalcante, mostrou as irregularidades na Assembleia Legis­­lativa do Paraná trazidas à tona pela série "Diários Secretos", da Gazeta do Povo e da RPC TV. Depois, apresentou a moção de apoio. E o resultado foi a aprovação por unanimidade. "O Paraná está dando um brado que vai ecoar por todo o país", afirmou Ca­valcante (veja entrevista ao lado).

"Para nós é muito importante esse reconhecimento das seccionais e do Conselho Federal da OAB", afirmou José Lúcio Glomb, presidente da Ordem no Paraná. "O Paraná está dando o exemplo de que o Brasil não pode mais continuar convivendo com atos de imoralidade na política. A indignação que nasceu no nosso estado está tendo repercussão em todo o país", disse o presidente da OAB-PR.

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Manifestações

No dia 8 de junho será a hora de o movimento chegar às ruas. Em Curitiba, a manifestação será na Boca Maldita. Mais de 6 mil entidades, empresas e pessoas já assinaram o manifesto do movimento. No entanto, para participar da manifestação não é necessário fazer a adesão formal.

"Vai ser a hora de o povo mostrar a conscientização de que é necessário fazer mudanças", diz Glomb. Várias cidades do interior também estão programando manifestações para o mesmo dia. Já há movimentação em Londri­­­na, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu e Pato Branco.

Várias entidades já declararam apoio às manifestações. A Associação Comercial do Paraná, por exemplo, afirma que vai enviar correspondência aos seus 8 mil associados convidando para o ato. "Nosso papel é de fazer essa intermediação. De dar o caminho para que as pessoas se mobilizem", diz Avani Slomp Rodrigues, presidente da associação.

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná também apoia a manifestação. "É um desdobramento natural e importante dessa campanha que está sensibilizando um número crescente de pessoas", afirma o presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures. "Por meio da nossa rede de participação política estamos animando as pessoas a participar deste movimento, em Curitiba e diversas cidades do interior", diz.

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Centrais sindicais

As principais centrais sindicais do país também aderiram à ideia da manifestação. A Força Sin­dical, que nesta semana se tornou signatária do manifesto, diz que não só vai mobilizar os sindicatos ligados a ela como também vai montar painéis nas principais cidades do interior para mostrar quais os deputados que votam a favor das mudanças consideradas mais importantes para dar transparência à política estadual.

"Vamos ligar para os 54 deputados estaduais e ver quais são contra e quais são a favor dessas propostas. Teremos uma terceira coluna para os que estão em cima do muro", afirma Nelson Silva de Souza, diretor de Mo­­bilização da central. Em Curitiba, quem promete montar um painel com a posição dos deputados é a União Geral dos Traba­­­lhadores.

A Central Única dos Traba­­­lhadores também diz que participará da mobilização. "Estamos apoiando a campanha e acreditamos que é preciso obter mudanças profundas", afirma o presidente da CUT no Paraná, Roni Anderson Barbosa.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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