O Ministério Público Estadual (MP) informou ontem que vai requisitar à presidência da Assembleia Legislativa do Paraná uma cópia da sindicância interna da Casa que serviu como justificativa para a recontratação do ex-diretor de pessoal Antônio Carlos Gulbino.
A Gazeta do Povo mostrou ontem que o presidente da Assembleia, deputado Nelson Justus (DEM), recontratou o ex-diretor para ocupar um cargo comissionado dentro da mesma diretoria de pessoal. A justificativa foi que a sindicância interna concluiu que Gulbino não cometeu qualquer irregularidade que o impedisse de ser reconduzido ao quadro de pessoal da Assembleia.
Gulbino havia sido afastado do cargo em maio por recomendação do MP. Os promotores entenderam que ele tentou dificultar as investigações das denúncias de irregularidades da série de reportagens Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPCTV.
De acordo com a assessoria do MP, os promotores que investigam as irregularidades no Legislativo vão analisar toda a sindicância da Assembleia para depois tomar alguma medida caso seja necessária.
Em maio, os promotores justificaram que o afastamento de Gulbino seria necessário porque ele teria articulado uma tentativa jurídica de restringir o acesso do MP a dados financeiros dos servidores do Legislativo paranaense informações que estavam sendo usadas na apuração das denúncias.
Ontem, José Lúcio Glomb, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná, disse que a recontratação de Gulbino não é recomendável. "É uma pessoa que teria colaborado no sentido de ajuizar uma ação do sindicato [dos servidores da Assembleia para impedir o MP de acessar informações dos funcionários da Casa], que não representava o interesse da classe", disse Glomb.
Ele afirmou ainda que a sociedade espera dos deputados e da Mesa Executiva da Assembleia atitudes e não apenas discursos. "Isso [a recontratação] em nada colabora para a ética que deve ser o norte para o Legislativo. Daqui a pouco vamos ver o Bibinho [ex-diretor-geral da Casa] e outros diretores afastados sendo recontratados", completou.
Sindicância em sigilo
Ontem a assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa informou que não poderia fornecer uma cópia da sindicância sobre Gulbino para a imprensa porque o documento, segundo o Estatuto do Servidor Público, tem caráter sigiloso. A assessoria disse ainda que a sindicância está à disposição do MP.
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