O Ministério Público Estadual deve dar um parecer na próxima semana sobre a necessidade do ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná Abib Miguel, o Bibinho, passar por um exame psicológico. Na última quarta-feira, os advogados de Bibinho apresentaram à juíza Ângela Ramina, da 9.ª Vara Criminal de Curitiba, um atestado médico alegando que o ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná não tinha condições de comparecer na audiência de julgamento que acabou sendo suspensa. Bibinho responde na Justiça pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem e desvio de dinheiro. As irregularidades foram mostradas pela Gazeta do Povo e pela RPC TV na série Diários Secretos.
Os advogados de Bibinho argumentam que ele precisa de um tratamento psicológico e colocaram o ex-diretor à disposição da Justiça para uma eventual perícia médica no Complexo Médico Penal, mas só daqui a 15 dias. O promotor de Justiça Denilson Almeida, que vai assinar o parecer, adiantou que primeiro vai ser analisado a necessidade da perícia e, em caso afirmativo, estudar uma possibilidade para que não restrinja o exame ao Complexo Médico Penal. A reportagem apurou que esse tipo de exame pode levar até 10 meses para ser feito no complexo. Uma das alternativas pode ser a convocação de um médico perito da Justiça Federal para examinar Bibinho ou ainda realizar o exame na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Se for confirmada a necessidade de tratamento médico, os processos contra Abib Miguel ficam suspensos até que haja alta médica. Isso porque o Código Penal determina que o réu tem de estar presente no julgamento.
Esta é terceira vez que a audiência do julgamento de Abib Miguel é suspensa. Na primeira vez, os advogados apresentaram um atestado médico dizendo que Bibinho tinha passado por uma cirurgia. No início do ano, quando Bibinho já estava em liberdade, estava marcada uma nova audiência, mas ela não aconteceu porque a juíza estava de férias e o juiz substituto tinha uma audiência de um réu preso que nesses casos tem prioridade no julgamento dos que estão em liberdade.