A Justiça decretou nova prisão preventiva de três ex-diretores da Assembleia Legislativa do Paraná: Abib Miguel (diretor-geral), José Ary Nassiff (administrativo) e Cláudio Marques da Silva (de pessoal). A decisão, do juiz Aldemar Sternadt, substituto da Vara de Inquéritos Policiais, se estende ainda para o funcionário Daor Afonso Marins de Oliveira, que está foragido. O pedido de prisão preventiva foi feito pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e acatado pelo magistrado na sexta-feira passada.
No pedido, os promotores sustentam que Abib Miguel, o Bibinho, "estabeleceu em torno de si diversos núcleos, através dos quais subdividiu as ações de nomeação e de consequente arrecadação de dinheiro público, sempre com a colaboração de Cláudio Marques da Silva e José Ary Nassiff". Um desses núcleos era coordenado por Daor Oliveira e contava com nove parentes deles todos funcionários fantasmas da Assembleia. Os promotores concluíram, que só por meio deste núcleo, foram desviados R$ 13 milhões.
No pedido judicial, o Gaeco argumentou ainda que os ex-diretores devem permanecer detidos para não atrapalhar as investigações e influenciar testemunhas. Pelo menos três pessoas da família de Oliveira foram orientadas a não prestar qualquer esclarecimento ao Ministério Público. "Referida situação demonstra o quanto foi salutar a decretação da prisão temporária dos representados, porquanto permitiu a um laranja prestar declaração de forma livre, sem pressões", relata o magistrado na decisão judicial, justificando a decretação da prisão preventiva de Daor Oliveira e dos ex-diretores.
No despacho, o juiz cita que os documentos apreendidos e os depoimentos prestados no Gaeco mostram a existência de uma bem organizada quadrilha que agia no interior da Assembleia. "Por vários anos e por diversas administrações a quadrilha nomeou e demitiu quem bem quis, demonstrando a falta de organização e o caos administrativo que reina na chamada Casa do Povo".
O magistrado relata ainda que a organização criminosa desviou milhões dos cofres públicos e considerou que os deputados estaduais que passaram pela Mesa Executiva nos últimos anos são "pessoas despreparadas e omissas, ou foram coniventes e/ou beneficiárias das falcatruas ocorridas".
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