Portas fechadas - Ontem, a porta que permitia que jornalistas tivessem acesso ao plenário foi fechada pelos seguranças da Assembleia. Cinegrafistas e fotógrafos foram impedidos de entrar no plenário para registrar a sessão. A decisão de bloquear a entrada de jornalistas foi tomada pelo vice-presidente, Antônio Anibelli (PMDB), que, na ausência de Nelson Justus, comanda a Casa. Ele se baseou no regimento interno, que faculta ao presidente decidir quem pode entrar no plenário. O vice-presidente alegou que tomou a decisão porque algumas pessoas estavam circulando no ambiente com roupas inadequadas e que estavam atrapalhando as discussões, desviando a atenção dos deputados. “É minha maneira de ser. Sou radical”, disse. Há oito dias, em bate-boca com um estudante, Anibelli soltou a frase: “Aqui quem manda sou eu”| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Parlamentares querem acabar com a reeleição na Mesa

A prática de permitir a reeleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Paraná será reavaliada pelos parlamentares.

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Justiça bloqueia todos os bens de ex-diretores

A Justiça bloqueou ontem todos os bens em nome dos ex-diretores da Assembléia Legislativa Abib Miguel (Diretoria-Geral), José Ary Nassiff (Diretoria Administrativa) e Cláudio Marques da Silva (Diretoria de Pessoal), e do funcionário João Leal de Matos.

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MP estuda recurso à liminar concedida a sindicato

O Ministério Público Estadual informou ontem que está estudando um possível recurso à liminar concedida na segunda-feira pelo Tribunal de Justiça, que restringe o acesso aos dados financeiros dos funcionários da Assembleia Legislativa.

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Na lixeira - Parte de um boneco usado durante a campanha eleitoral do presidente da Assembleia Legislativa paranaense, deputado Nelson Justus (DEM), estava em uma lixeira ontem, no bairro Vila Maria Antonieta, em Pinhais. A cabeça do boneco, que reproduz a imagem de Justus, foi encontrada por crianças que moram no bairro. Segundo os garotos, o material foi achado em um matagal próximo e colocado na lixeira para ser recolhido pelo caminhão do lixo. O flagra foi feito pelo fotógrafo Daniel Derevecki da Gazeta do Povo

A decisão do Ministério Público de ampliar a investigação e apurar a participação de todos os integrantes da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Paraná em supostas irregularidades cometidas na Casa não agradou aos deputados que foram incluídos na apuração. Os parlamentares alegam que apenas os que tinham ou têm poderes administrativos reais e de comando deveriam ser investigados.

O segundo-vice-presidente, Augustinho Zucci (PDT) alega que exerce "uma função figurativa" na Mesa. Ele afirma que dispõe de apenas 16 funcionários e que não contratou ninguém para a segunda-vice-presidência. "Sobre a minha função, eu vou responder. Mas é preciso que fique claro que eu sou da Mesa, mas não sou da comissão executiva [formada por presidente, primeiro e segundo secretários, com a atribuição de assinar atos oficiais]", diz. Para Zucchi, não é possível generalizar, atribuindo a todos da Mesa Diretora a mesma responsabilidade.

O terceiro-secretário, deputado Elton Welter (PT), pondera que o modelo de gestão da Casa é antigo, carente de reformulação para descentralizar atribuições. "Hoje o poder é concentrado". Ele defendeu a investigação, dizendo que ela pode mostrar quem de fato detém o comando. Já o 1.º vice-presidente, Antônio Anibelli (PMDB), diz que responderá por seus atos.

Na terça-feira, o MP anunciou que abriu inquérito investigativo para apurar a contratação de servidores lotados nos setores da Mesa Diretora (formada por presidência, 1.ª, 2.ª e 3.ª vice-presidências e as 1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª e 5.ª secretarias) desde 2000. Os promotores pretendem descobrir se houve casos de funcionários fantasmas, de uso de servidores públicos para interesses políticos eleitorais e se agentes políticos foram empregados em cargos que deveriam ser, em tese, exercidos para funções administrativas. As investigações devem atingir pelo menos 30 parlamentares e ex-deputados que passaram por um dos cargos de comando da Assembleia nos últimos dez anos.

Crítica

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A decisão do MP de abrir investigação contra deputados motivou um discurso inflamado de Jocelito Canto (PTB) ontem na tribuna da Assembleia. Para o parlamentar, o Ministério Público contesta a existência de pessoas que são nomeadas em um setor e trabalham em outro, mas também se beneficiaria da prática. Segundo Jocelito, acordos com prefeituras do interior permitem que o MP receba funcionários cedidos pelos municípios. No discurso, o deputado falou ainda das vantagens salariais que fazem as remunerações de integrantes das promotorias, às ve­­­zes, triplicarem. "Por exemplo, consta que o sa­­­lário é de R$ 3 mil. Mas benefício em cima de benefício faz a conta ficar em mais de R$ 10 mil."

Outro lado

O presidente Nelson Justus (DEM) não esteve no plenário ontem, assim como o segundo-secretário, Valdir Rossoni (PSDB). O primeiro-secretário Alexandre Curi (PMDB) ficou por alguns instantes na sessão, mas disse que não comentaria a abertura do inquérito. Nos bastidores, alguns parlamentares relataram que o clima na Assembleia ficou ainda mais tenso, com o receio de que todos os deputados sejam incluídos nas investigações.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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