Para empresários, medidas não são suficientes

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Os empresários que já aderiram ao movimento "O Paraná que queremos", lançado pela OAB-PR, são unânimes ao afirmar: as medidas tomadas pelo poder público até agora contra os envolvidos nos escândalos da Assembleia Legislativa ainda não são satisfatórias. "O que está acontecendo no Paraná é como chamar o povo de idiota", diz a empresária Nelita Buzzi, sócia da Vinnea Vinhos.

Questionada sobre ações como a prisão do ex-diretor do Legislativo Abib Miguel, o Bibinho, há quase um mês, ela acredita que a ação foi positiva. Mas diz ainda estar em dúvida sobre o tempo que durará a detenção. "A Justiça no Brasil, infelizmente, não costuma punir os políticos corretamente."

Alessandro Lucca, proprietário de uma pequena empresa de informática, a Senhor PC Informática, também concorda que as medidas tomadas até agora não são suficientes. "Gostaria que todo esse escândalo fosse bem esclarecido".

Tratar o que é público como privado é a principal queixa do empresário Júlio Sampaio, sócio da consultoria Resultado. "A impressão que dá é que o homem público se vê no direito de desviar dinheiro e de achar que a máquina pública pertence a ele. Desde que os escândalos não venham à tona, parece que eles não veem nada demais em roubar. Se não fosse trágica, seria cômica a maneira como os homens públicos lidam com o que é de todos."

Rever valoresO superintendente da imobiliária Apolar, Jean Michel Galiano, afirma que é preciso rever valores e princípios éticos não só no meio político, mas em toda a sociedade. "Na nossa empresa, entramos nessa campanha não com o objetivo de nos posicionarmos contra uma instituição específica, mas de querer um trabalho mais transparente no geral."

A professora de Sociologia Samira Kauchakje, da Pontifícia Universidade Católica do Parana (PUCPR), frisa a importância de participação do empresariado na campanha. "O empresário é um ator social importante dentro da sociedade ao longo da história do Brasil. Ele acompanha os atos e tem poder de influência".

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.