O governador Orlando Pessuti (PMDB) afirmou nesta segunda-feira (28) que vai processar a revista Veja que, no domingo (27), publicou reportagem acusando Pessuti de ser um funcionário fantasma da Assembleia Legislativa do Paraná (AL-PR). As denúncias vieram à tona no mesmo dia em que foi realizada a convenção estadual peemedebista.
De acordo com uma nota oficial de Pessuti, publicada na Agência Estadual de Notícias (AEN) órgão oficial do governo as acusações são "mentirosas, difamatórias e de caráter eminentemente político-eleitoral".
O governador afirma que entrou no serviço público - por meio de concurso - em 1979, quando passou a trabalhar na Emater e depois, com base na legislação da época, foi transferido para o quadro de servidores da Assembleia. Segundo Pessuti, desde 1983, quando assumiu o cargo de deputado estadual, ele pediu licença da AL sem direito à remuneração.
Desde então, Pessuti foi deputado por cinco mandatos e chegou a ser presidente da Assembleia. Por pouco mais de sete anos foi vice-governador do Paraná e, desde abril, com a renúncia de Roberto Requião para disputar uma vaga ao Senado, assumiu como governador.
Acusações
Com o título "Governador fantasma", o texto da revista Veja diz que Pessuti foi nomeado, sem concurso, em um ato secreto de número 274/2005, como consultor administrativo da Assembleia, a partir de 25 de maio de 2005 período em que ocupava o posto de vice-governador do Paraná. A reportagem diz ainda que ele recebe salário de R$ 12 mil pela função no Legislativo. A revista também cita que a primeira-dama, Regina Pessuti, foi nomeada na mesma época como consultora jurídica da Assembleia.
Pessuti defende que o ato 274/2005 não foi secreto. De acordo com ele, o ato refere-se ao enquadramento de servidores que ocorreu depois da implantação do Plano de Cargos e Salários do Legislativo. O governador afirma que foi enquadrado como consultor administrativo, mas que não recebe os vencimentos relativos ao cargo por ocupar um mandato eletivo.
Segundo apuração da Gazeta do Povo, o documento realmente não trata de nomeações, como diz a reportagem da Veja, mas é um ato de enquadramento: traz a relação dos funcionários efetivos (com estabilidade) da Assembleia, com o cargo, o nível salarial e a matrícula funcional. A lista, na qual consta o nome de Pessuti, resulta de uma espécie de recadastramento feito em 2005, que visava identificar quem eram os servidores da Casa e que funções desempenhavam.
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