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Funcionários das agências do Itaú e do HSBC que atendem a Assembleia Legislativa do Paraná estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) por supostos crimes contra o sistema financeiro nacional e por formação de quadrilha. A Gazeta do Povo e a RPC TV revelaram no ano passado, durante a série Diários Secretos, que a Assembleia depositava supersalários na conta de funcionários fantasmas – alguns fantasmas nem sequer sabiam da existência das contas. Revelou ainda que essas contas eram movimentadas por terceiros que detinham a senha e cartões bancários.

O inquérito para apurar a gestão dos bancos foi aberto em março de 2010 pela PF logo depois da divulgação das primeiras reportagens sobre o maior escândalo do Le­­gislativo estadual. No entanto, a investigação foi interrompida um mês depois por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). No mês passado, a investigação foi retomada e o inquérito agora está com o MPF e tramitando na 3.ª Vara Cri­­­minal de Curitiba.

Diante das denúncias de irregularidades mostradas pela Gazeta do Povo, o HSBC demitiu em novembro do ano passado nove funcionários suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção dos Diários Secretos. Foram afastados quatro gerentes, três caixas e dois supervisores "em razão da comprovação por terem cometido atos administrativos irregulares". No mês seguinte, o banco concluiu a sindicância aberta para apurar as supostas ilicitudes e descobriu que fo­­ram encontrados com um ex-gerente do HSBC cheques em branco assinados por supostos funcionários laranjas e fantasmas da Assembleia.

Os nomes dos bancários envolvidos no esquema de desvio de dinheiro, assim como o teor da sindicância, não foram revelados pelo banco. No entanto, os ex-bancários devem ser chamados agora pela PF e pelo MPF para prestar depoimento.

Demissões

Além das demissões, o HSBC ainda encerrou 19 contas bancárias depois de detectar irregularidades. A reportagem apurou que entre as contas fechadas estavam a de Eduardo Miguel Abib, filho do ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, o Bibinho. O ex-diretor é acusado de chefiar a quadrilha que teria desviado cerca de R$ 200 milhões dos cofres da Assembleia. Ele seria, segundo denúncia feita pelo Ministério Público Estadual, o principal beneficiário do esquema de desvio de recursos públicos.

As contas das agricultoras Jermina e Vanilda Leal também foram encerradas. As duas apareciam na lista de funcionários da Assembleia divulgada em 2009 pelo então presidente da Casa, Nelson Justus (DEM), mas elas afirmaram que nunca deram expediente no Le­­gislativo. Vanilda contou, sem saber que estava sendo gravada, que nem sequer sabia que tinha conta no HSBC.

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