As prisões temporárias de ex-diretores da Assembleia Legislativa do Paraná aconteceram 40 dias após o início das denúncias feitas pela série de reportagens "Diários Secretos", da RPCTV e Gazeta do Povo. Durante quase dois anos, os jornalistas Karlos Kohlbach, Katia Brembatti, James Alberti e Gabriel Tabatchek analisaram mais de 700 diários oficiais editados entre 1998 e 31 de março de 2009.
A investigação revelou a existência de 2.178 atos secretos do Legislativo entre janeiro de 2006 e março de 2009. Todos publicados em diários oficiais avulsos, que serviam para ocultar nomeações, demissões e pagamentos irregulares. Em três anos, 1,8 mil servidores foram contratados dessa forma.
Comprovou ainda a existência de, pelo menos, duas grandes redes de apadrinhados na Assembleia. Dezenas de funcionários ligados de alguma forma ao presidente da Casa, Nelson Justus (DEM), e ao ex-diretor-geral Abib Miguel ganhavam altos salários sem trabalhar. Alguns nem moravam no Paraná, mas constavam como servidores do Legislativo. A remuneração de 73 pessoas que ganhavam acima do teto do legislativo consumiu R$ 59,6 milhões entre 2004 e 2009.