O promotor de Justiça Fuad Faraj voltou ontem a criticar o Ministério Público (MP) do Paraná. Ele classificou a instituição de "subserviente" e de proteger o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus, e o presidente do Tribunal de Contas (TC) e ex-presidente do Legislativo, Hermas Brandão. As afirmações foram feitas em ofício encaminhado à Corregedoria do MP, que havia intimado Faraj a explicar a denúncia sobre a existência de uma rede de "solidariedade" envolvendo integrantes de vários poderes feita à RPCTV no dia 26 de março.
As declarações do promotor teriam levado o procurador-geral de Justiça do estado, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, a não designar integrantes do MP para participar da Comissão de Sindicância da Assembleia que investiga as denúncias trazidas a público pela série de reportagens "Diários Secretos" da Gazeta do Povo e RPCTV.
No ofício enviado ontem à Corregedoria, Fuad chamou de "acanhada" a atuação de Sotto Maior nos casos de nepotismo dentro da Assembleia Legislativa. O promotor cobrou ainda explicações do atual corregedor, Moacir Gonçalves Nogueira Neto, sobre a suposta subserviência do MP. Nogueira exerceu a função de fiscalizar o Legislativo antes de chegar ao atual cargo. "Citei fatos que atribuo sua gênese e evolução à cultura da rede de cumplicidade e à ideologia do pacto entre as elites do Centro Cívico. Explique-me, por favor, vossa excelência, que chegou recentemente a coordenar o Centro de Apoio das Promotorias de Proteção ao Patrimônio Público, que outra expressão poderia ter usado na entrevista que dei para explicar, por exemplo, os fatos acima narrados?"
O subcorregedor-geral do MP, Geraldo da Rocha Santos, informou que a Corregedoria recebeu ontem o ofício de Fuad e que o conteúdo será analisado, mas não é possível definir quais medidas serão tomadas a partir do documento.
Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.
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