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A executiva estadual do PV vai se reunir na próxima semana para avaliar a possibilidade de recorrer do arquivamento da denúncia contra Nelson Justus e Alexandre Curi. O pedido de cassação foi feito pelo presidente do partido, Melo Viana, e pelo então candidato ao governo do estado Paulo Salamuni.

Viana e Salamuni lamentaram ontem a decisão. "Não era de se esperar outra coisa. O tempo todo víamos uma autodefesa", avaliou Viana. Para Salamuni, a decisão de inocentar Justus e Curi "menospreza por completo a lucidez e a inteligência das pessoas que pensam nesse estado". "O PV vai se reunir para ver se há possibilidade de recurso ao plenário da Assem­­­bleia", completou.

O professor de Direito Ad­­mi­­nistrativo da USP Gustavo Justino de Oliveira lamenta que a Constituição Brasileira não garanta ao povo a possibilidade de revogação do mandato de um parlamentar. Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná, José Lúcio Glomb, culpa o corporativismo pelo arquivamento. "Esta conduta mostra que a Assembleia se protege através de seus deputados", diz Glomb.

Apesar de ressaltar que não pode opinar sobre o mérito da decisão por não conhecê-la em detalhes, o juiz Anderson Furlan, presidente da Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe), tem posicionamento semelhante ao de Glomb. "A prática demonstra que, em todos os poderes, o julgamento pelos próprios pares nunca levou aos resultados esperados pela sociedade", lamenta. "No Judi­­ciário, após muito tempo, foi constituído o Conselho Nacional de Justiça para julgar os magistrados. Esse exemplo deveria ser estendido a todos os poderes."

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