PV protocola pedido de impeachment de Justus e Curi

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O Partido Verde do Paraná (PV-PR) protocolou na Assembleia Legislativa o pedido de impeachment do presidente da Casa, Nelson Justus (DEM), e do primeiro-secretário, Alexandre Curi (PMDB). O pedido foi protocolado na manhã desta segunda-feira (7), às 10 horas.

O pedido de impeachment do PV foi motivado pelas denúncias da série Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPC TV, e também pela investigação feita pelo Ministério Público do Paraná, além das ações que tramitam no Judiciário contra ex-dirigentes da Assembleia.

De acordo com o PV-PR, houve quebra de decoro parlamentar por parte de Justus e Curi, o que seria motivo para a cassação do mandato dos referidos deputados.

A questão será analisada pelo Conselho de Ética da Assembleia.

De acordo com as investigações do Ministério Público, Justus e Curi foram coniventes com um rombo de aproximadamente R$ 3 milhões dos cofres públicos, embora não tenham se apropriado desse dinheiro. Segundo o órgão, entre fevereiro de 2008 e o começo de 2010, o presidente e o primeiro-secretário da Casa Legislativa teriam nomeado sete "fantasmas" para os quadros da Assembleia, contribuindo para os desvios de recursos públicos, com a participação direta dos ex-diretores-geral (Abib Miguel), administrativo (José Ary Nassiff) e de pessoal (Cláudio Marques da Silva), além do servidor da Casa João Leal de Matos.

O montante foi desviado por Matos, lotado na diretoria-geral da Assembleia, de acordo com o MP-PR. Ele pegava documentos de parentes para contratá-los como servidores fantasmas da Casa. E acabava movimentando as contas bancárias onde era feito o pagamento dos salários.

Na quarta-feira (2), reportagem da Gazeta do Povo e RPCTV mostrou que o Ministério Público Estadual (MP) apresentou duas ações na Justiça. Com uma medida cautelar, o MP requer, liminarmente, o afastamento de Justus e Curi. A ação civil que pede o afastamento dos deputados Nelson Justus (DEM) e Alexandre Curi (PMDB) de seus cargos da Assembleia Legislativa do Paraná já está na 2ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba.

A cautelar, além do afastamento das funções, pede ainda a indisponibilidade de bens dos dois deputados. Os promotores sugerem à Justiça o bloqueio de cerca de R$ 10 milhões para garantir a devolução do que teria sido desviado dos cofres públicos – além do pagamento de multa, que pode ser fixado em até o dobro do valor dos recursos públicos.

Mobilização

O movimento "O Paraná que Queremos" convoca os paranaenses de oito cidades do estado para protestar contra a corrupção e para pedir mais transparência na administração pública nesta terça-feira (8). As manifestações irão ocorrer em Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa , Foz do Iguaçu, Cascavel Guarapuava e Pato Branco. (Confira o endereço e o horários das manifestações no box.)

A causa é liderada pela seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e conta com o apoio de 429 entidades, 963 empresas e 19.096 pessoas. O movimento foi motivado pela série de denúncias apresentadas pela Gazeta do Povo e RPC TV sobre as irregularidades na Assembleia Legislativa do Paraná.

Em Curitiba, o evento será realizado na Boca Maldita, no Centro da capital, a partir das 18 horas. A Boca Maldita já serviu de palco para grandes manifestações por causas que marcaram a história política brasileira, como as Diretas Já, em 1984, e o movimento pedindo o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.