Bibinho contrata um dos maiores criminalistas do país
Karlos Kohlbach
O ex-diretor-geral da Assembleia paranaense Abib Miguel, o Bibinho, contratou o advogado José Roberto Batochio, de São Paulo, para defendê-lo das acusações de irregularidades no Legislativo. A primeira providência de Batochio, um dos mais renomados advogados criminalistas do país, foi ingressar ontem com uma ação reclamatória no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a legitimidade do Ministério Público do Paraná para investigar Bibinho.
Batochio recorreu ao Supremo depois que os advogados Alessandro Silvério e Bruno Augusto Gonçalves Vianna, que defendiam o ex-diretor, sofreram sucessivas derrotas no Tribunal de Justiça do Paraná para a obtenção de um habeas corpus em favor de Abib Miguel.
Batochio já foi deputado federal pelo PDT (de 1998 a 2002) e presidiu o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de 1993 a 1995. O advogado já defendeu a família do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci e o deputado federal Abelardo Lupion (DEM-PR).
Os senadores paranaenses Osmar Dias (PDT) e Flávio Arns (PSDB) mudaram de opinião em relação aos escândalos da Assembleia Legislativa do Paraná. Os dois agora são favoráveis ao afastamento dos integrantes da Mesa Diretora da Casa. No levantamento realizado pela Gazeta do Povo no início de maio, Arns havia se manifestado contra o afastamento dos parlamentares. Já Osmar Dias, na ocasião, havia preferido não dar opinião sobre o caso.
Arns disse ontem que, quando foi consultado pela primeira vez pela reportagem da Gazeta do Povo, ainda não havia evidências do envolvimento da Mesa Diretora da Casa como um conjunto nos escândalos denunciados (na época, os questionamentos eram mais voltados ao presidente do Legislativo estadual, Nelson Justus).
"Meu posicionamento anterior era o mesmo que mantive no Senado, quando defendi o afastamento apenas do [José] Sarney [presidente do Senado]. Na época não havia qualquer evidência de envolvimento de outros integrantes da Mesa Diretora, o que não acontece agora na situação do Paraná", justificou.
Já o senador Osmar Dias cobrou o afastamento por precaução. "Mesmo que alguém não seja culpado, eu acho que uma atitude coerente seria o afastamento por conta própria até para preservar a investigação", disse ele, por meio de nota.
Já o senador Alvaro Dias (PSDB) manteve seu posicionamento anterior. O parlamentar defendeu o afastamento apenas dos integrantes da Mesa Diretora envolvidos nas denúncias.
Painéis
Grandes painéis com a opinião dos parlamentares paranaenses sobre o afastamento da Mesa Diretora da Assembleia já estão nas ruas de Curitiba e Londrina. Até o dia 12 de junho, Cascavel, Maringá, Guarapuava e Paranaguá também receberão os murais que mostram se os deputados e senadores do estado são contra ou a favor do afastamento da Mesa Diretora do Legislativo estadual.
Em Londrina, o quadro com o posicionamento dos parlamentares foi inaugurado ontem e ficará exposto no calçadão central. Já em Curitiba, o placar está instalado na Boca Maldita, no centro da cidade, desde o último sábado. "A proposta é fazer toda a semana uma reavaliação do placar, com o novo posicionamento dos parlamentares", comentou Marcelo Urbaneja, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) no Paraná, entidade responsável pelos painéis.
Até ontem, entre os deputados estaduais, a situação no placar era igual à noticiada pela Gazeta no dia 20 de maio. Apenas 6 dos 54 parlamentares se declararam favoráveis ao afastamento dos integrantes da Mesa: Ney Leprevost (PP), Tadeu Veneri (PT), Neivo Beraldin (PDT) e os três parlamentares do PPS Douglas Fabrício, Felipe Lucas e Marcelo Rangel.
Já entre os deputados federais, 11 dos 30 parlamentares são favoráveis ao afastamento da Mesa: Affonso Camargo (PSDB), Cassio Taniguchi (DEM), Dr. Rosinha (PT), Fernando Giacobo (PR), Gustavo Fruet (PSDB), Luiz Carlos Hauly (PSDB), Marcelo Almeida (PMDB), Ratinho Júnior (PSC), Reinhold Stephanes (PMDB), Rocha Loures (PMDB) eWilson Picler (PDT).
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